Empresas de Sinop e Sorriso fazem manifesto contra preço baixo do frete e suspendem transporte de alguns produtos

Várias empresas no setor de transportes de produtos, sediadas em Sinop, Sorriso e região que transportam principalmente soja, milho, adubo, começaram hoje um manifesto para reajustar o preço do frete. A decisão de suspensão do transporte até o porto de Miritituba, no Pará, é por tempo indeterminado. Não haverá bloqueio de rodovias.

Os empresários buscam chamar a atenção das tradings do agronegócio do aumento considerável nos custos com diesel, além de manutenções da frota de carretas e buscam reajustar o preço dos fretes.
“Temos um grupo e tomamos a decisão de paralisar as atividades a partir de segunda-feira. As tradings começaram a reduzir tarifa de frete. Sinop era R$ 340 e já tá aproximando em R$ 280. O frete para nós não está compensando, não tem como transportar do jeito que está”, disse a proprietária de uma empresa em Sinop.

Ela expôs que o aumento no preço do combustível vem prejudicando de forma incisiva as empresas. “Como o diesel subiu demais não consegue transportar a R$ 280 (tonelada), tem que ser a base de Sinop e Sorriso a R$ 320 e Lucas do Rio Verde R$ 350 porque tem pedágio. Fizemos o movimento e falamos que vamos parar. Não iremos fechar nenhuma rodovia, até porque não podemos obstruir, mas não podem nos obrigar a trabalhar”.

A empresária apontou uma estimativa de aproximadamente 50 mil toneladas de grãos que podem deixar de ser carregados diariamente com a paralisação. “Vamos tirar em torno de 1,5 mil caminhões de circulação a partir de hoje. Eles teriam que carregar em torno de 50 mil toneladas por dia e deixarão de embarcar isso diariamente. O nosso problema são as tradings, venderam o frete a preço de R$ 280 e agora o frete está em R$ 320 e não querem absorver o prejuízo, porém em compensação comprou o produto bem mais em conta”, finalizou.

O empresário Rafael Rovaris, de Sorriso, estimou qual seria o valor do frete adequado, além de alertar ainda para a falta de segurança nas estradas. “Desde o começo do ano está sobrando tudo para o dono do caminhão. A produção está grande e não estamos entendendo o porquê não está acompanhando o preço do frete. Para ser rentável hoje e valer a pena tem que ser R$ 400, pois andar nessa rodovia está uma lástima, porque o problema não é só o custo do diesel é a condição de trabalho também. Não temos onde parar para dormir, porque se param te roubam os equipamentos do caminhão. Pista simples, gente se acidentando e morrendo toda hora”, mencionou.

O empresário Selso Vitter também falou sobre as dificuldades. “Hoje o mínimo para continuar deveria ser R$ 310 e já tem oferta de 290, com promessa de baixar mais ainda. No valor de R$ 310 a tonelada, o diesel atingem 50% do frete, menos que isso fica inviável. Um absurdo isso em plena safra. Se baixar mesmo vou procurar outra alternativa fora do corredor de Miritituba e Santarém”, criticou.

Veja também

Menor foge de abordagem policial e colide carro da mãe em rotatória no centro de Sorriso

Condições facilitadas são oferecidas pelo programa Refis Extraordinário II, do Governo de MT

Fazenda MT amplia obrigatoriedade de integração de Notas Fiscais com meios eletrônicos de pagamento

Prefeitura de Sorriso promoverá Pregão Eletrônico para serviços veterinários de castração e tratamento animal

Projeto Mãos e Obras do Instituto Aegea chega pela primeira vez em Sorriso

Justiça Federal: inauguração de Ponto de Inclusão Digital em Sorriso amplia acesso à justiça na região