Mulher é presa após ser condenada por omissão em abusos sexuais sofridos pela filha

Uma mulher, condenada pelo crime de omissão no estupro sofrido pela filha, abusada pelo pai durante anos, teve o mandado de prisão cumprido nesta quinta-feira (08.02) pela equipe da Delegacia de Guarantã do Norte.

O crime ocorreu no município de Novo Mundo, no sítio onde a família morava e local onde a filha sofreu os abusos sexuais, precedidos de ameaças, e que começaram quando a vítima ainda era adolescente. Os abusos resultaram em gestação e danos psicológicos e físicos à vítima.

A Polícia Civil instaurou inquérito em setembro de 2022, quando recebeu a denúncia dos fatos ocorridos, e foi requerida a prisão preventiva do pai da vítima, detido no mesmo ano.

A mãe, de 44 anos, também foi investigada como cúmplice por ter se omitido aos crimes ocorridos, uma vez que também era responsável em assegurar a integridade física e psíquica da filha. Ela foi condenada judicialmente a 16 anos de reclusão em decisão da 3a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o que resultou na emissão do mandado de prisão.

Abusos desde a adolescência

Quando o crime foi denunciado à Polícia Civil, a vítima estava com 21 anos e contou em depoimento que os abusos começaram aos 13 anos, com toques lascivos do agressor junto com ameaças de castigos físicos, caso ela contasse a alguém. Ao fazer 17 anos, o pai se aproveitou de uma situação em que ficou a sós com a filha e forçou a primeira relação sexual.

O inquérito policial destacou que a comunidade, onde a vítima vivia, tinha conhecimento do que ocorria. Contudo, nenhuma denúncia anterior chegou aos órgãos assistenciais, de proteção ou da polícia para auxiliar a jovem. O autor do estupro apresentava um cuidado excessivo e ciúmes em relação à vítima.

Os abusos ocorriam quando ele esperava todos da casa dormirem e ia ao quarto da filha. Em outras vezes, inventava desculpas para que a vítima o acompanhasse até determinado lugar e a arrastava para o mato, onde forçava relações sexuais. Se ela se recusava, ele a agredia com tapas, puxões de cabelo e até mesmo com uma corrente.

Violência psicológica

A violência não era apenas física e sexual. A vítima era privada de manter contato com outras pessoas relacionamento, até mesmo a conversar com os próprios irmãos. Ao completar 18 anos e descobrir como utilizar métodos contraceptivos, ela foi impedida pelo pai. Entre outras proibições, não podia ter senha no celular e ele tentou quebrar o aparelho ao descobrir que a filha havia anotado o número da polícia.

A saber que a filha tinha conhecido um rapaz, com quem sem correspondia por uma rede social, o criminoso a proibiu de manter contato e quebrou o celular da vítima. Pouco tempo depois, ela contou sobre os abusos que sofria ao rapaz, com que começou a namorar, e ele a encorajou a procurar ajuda da polícia.

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