Como funcionava esquema de desvio de recursos públicos no transporte de pacientes em Sorriso

Trocas de mensagens e depoimentos de funcionários apontam para um conluio organizado dentro da própria secretaria, com distribuição de benefícios indevidos e validação irregular de despesas

Como já informado pelo R9News, uma investigação realizada em sindicância no ano de 2023, revelou um esquema de corrupção dentro da Secretaria Municipal de Saúde, envolvendo o desvio de recursos públicos por meio de contratos fraudulentos. O grupo suspeito, formado por servidores da secretaria e representantes da empresa Peron Tur Viagens e Turismo Ltda, utilizava uma série de artifícios para inflar os valores pagos pela administração pública.

Falsificação de Viagens e Uso Indevido de Veículos

Uma das principais irregularidades identificadas foi a emissão de registros falsos de viagens. A empresa Peron Tur declarava ter realizado trajetos que nunca aconteceram ou relatava percursos com quilometragens superiores às reais. Assim, a prefeitura efetuava pagamentos indevidos, causando prejuízos aos cofres públicos.

Além disso, motoristas vinculados ao contrato utilizavam veículos públicos para fins particulares, transportando pessoas sem relação com os serviços da Secretaria de Saúde. Em alguns casos, os motoristas chegavam a receber diárias e horas extras sem ter prestado os serviços oficialmente documentados.

Mensagens e Depoimentos Reforçam a Suspeita

A investigação incluiu a análise de trocas de mensagens entre servidores e a empresa contratada, revelando uma articulação interna para fraudar os pagamentos. Em uma das conversas, um servidor orienta um motorista a “ajustar” os registros de quilometragem para justificar um pagamento maior.

Além disso, depoimentos de funcionários indicaram que havia uma espécie de “roteiro” seguido para facilitar a fraude. Alguns motoristas relataram que eram instruídos a assinar documentos confirmando viagens que nunca ocorreram, enquanto coordenadores de transporte validavam os dados sem conferência adequada.

Benefícios Indevidos e Indícios de Conluio

A investigação também apontou que parte do dinheiro desviado era distribuída entre servidores e terceiros. Os responsáveis pelo controle de transporte autorizavam pagamentos superfaturados, enquanto os beneficiados pela fraude recebiam compensações financeiras ou benefícios indiretos.

Como exemplo, verificou-se que um coordenador de transporte mantinha relações próximas com representantes da Peron Tur e era um dos principais responsáveis por validar os registros fraudulentos. Em outro caso, um motorista que denunciou o esquema afirmou ter sido pressionado a não questionar os valores pagos pela Secretaria.

Medidas Recomendadas

Diante das evidências, a comissão responsável pelo inquérito recomendou a abertura de processos administrativos disciplinares contra os servidores envolvidos. Além disso, foi sugerida uma auditoria detalhada no contrato 154/2021 e em outros firmados com a empresa Peron Tur, para verificar a extensão dos prejuízos aos cofres públicos.

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