A decisão é do juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, e inclui oito crimes imputados à acusada, que segue presa preventivamente. A data do julgamento ainda não foi definida.
A Justiça de Mato Grosso decidiu que Nataly Helen Martins Pereira, acusada de matar de forma brutal a adolescente Emilly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos e grávida de nove meses, será julgada pelo Tribunal do Júri. A decisão foi proferida na última sexta-feira (18) pelo juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá. A data do julgamento ainda não foi definida.
Além de encaminhar o caso para julgamento popular, o magistrado manteve a prisão preventiva de Nataly e rejeitou o pedido da defesa para a realização de um exame de insanidade mental, por entender que não há indícios de que a acusada desconhecesse a gravidade de suas ações.
Nataly foi denunciada pela 27ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá por oito crimes: feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
As investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelaram que Nataly simulou uma gravidez por vários meses, apresentando exames falsificados e imagens adulteradas para convencer familiares e amigos. No dia do crime, ela atraiu Emilly com a promessa de doar roupas para o bebê e a levou até uma casa no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, onde a jovem foi assassinada.
Conforme os laudos periciais, Emilly foi asfixiada e teve o abdômen aberto ainda com vida, o que resultou em um choque hipovolêmico hemorrágico. O corpo apresentava diversas lesões, incluindo marcas de socos no rosto e sinais de contenção nos punhos e tornozelos, amarrados com cabos de internet. A adolescente foi enterrada em uma cova rasa, com parte da perna exposta.
Após o crime, Nataly procurou o Hospital Beneficente Santa Helena, em Cuiabá, alegando que havia dado à luz em casa. O comportamento da mulher levantou suspeitas entre os profissionais de saúde, que acionaram a polícia. Durante o interrogatório, ela confessou ter cometido o crime sozinha, com o objetivo de ficar com o bebê da vítima.
A recém-nascida passou por exames médicos, recebeu alta e está atualmente sob os cuidados da avó materna e do pai, na casa da família da jovem assassinada.