Começa hoje, em Sorriso, o julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, réu confesso pelo assassinato brutal de Cleci Calvi Cardoso e suas três filhas, em novembro de 2023. Ele responde por quatro homicídios qualificados e três estupros de vulnerável. A acusação pede a pena máxima, que pode ultrapassar 120 anos de prisão.
O município de Sorriso vive nesta quarta-feira (7) o aguardado julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado pelo assassinato brutal de Cleci Calvi Cardoso, 45 anos, e de suas três filhas — Miliane (19), Manuela (13) e Melissa (10) — crime que abalou a cidade e ganhou repercussão nacional em novembro de 2023.
O réu responde por quatro homicídios triplamente qualificados e três estupros de vulnerável. Ele confessou os crimes e, mesmo assim, optou por não comparecer presencialmente ao julgamento, participando por videoconferência. O advogado de acusação, Conrado Neto, afirmou que a ausência é um direito legal, mas lamentou a decisão: “Queríamos que ele visse o desprezo das pessoas diante do que cometeu. É alguém que, pelo histórico, talvez nem sinta.”
A expectativa da acusação é que Gilberto seja condenado com a pena máxima em todos os crimes, o que pode resultar em mais de 120 anos de prisão. “Esperamos que finalize ainda hoje, que saia a sentença e que Gilberto seja condenado com a pena máxima em todos os crimes a ele imputados”, disse Conrado Neto. “Vocês terão noção hoje do que este homem foi capaz de fazer.”
O júri é composto por sete cidadãos de Sorriso, sorteados a partir da lista de jurados. Caberá a eles votar pela condenação ou absolvição. A pena será fixada pelo juiz ao fim do julgamento.
O promotor de Justiça Luiz Fernando Rossi Pipino reforçou as qualificadoras imputadas: feminicídio, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas, crueldade e estupro, com agravantes como a presença de ascendentes e descendentes durante os crimes.
O viúvo e pai das vítimas acompanha o julgamento, mas já informou à equipe jurídica que não deseja ver as imagens do crime durante os trabalhos.
Gilberto Rodrigues dos Anjos foi preso em flagrante no mesmo dia em que os corpos foram encontrados e permanece detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.