O Ministério Público Eleitoral pede a cassação do diploma e a declaração de inelegibilidade do gestor.
A 5ª Vara Cível de Sorriso realiza, na tarde desta quinta-feira (23), audiência de instrução referente à Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura possível uso de recursos ilícitos na campanha do prefeito Alei Fernandes. A investigação foi movida pelo ex-candidato Leandro Damiani e conta com parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), que pede a cassação do diploma do prefeito e a declaração de sua inelegibilidade.
De acordo com o MPE, o empresário Nei Francio, apontado como responsável pelo setor financeiro da campanha e um dos alvos da Operação Rustius, teria viabilizado o repasse de valores desviados por meio de doações ilegais. Interceptações telefônicas e mensagens analisadas pela Polícia Federal indicam que Francio utilizou os filhos, Alan e Ian Zibetti Francio, como intermediários (“laranjas”) para ocultar a verdadeira origem do dinheiro, orientando inclusive o uso de contas pessoais de funcionários.
A Justiça Eleitoral já havia autorizado o compartilhamento das provas obtidas no inquérito da Polícia Federal, que indiciou 17 pessoas, desde que assegurados o contraditório e a ampla defesa. As ações que tratam de abuso de poder econômico, captação ilícita de votos e arrecadação ilegal foram unificadas, devido à conexão entre os fatos e provas apresentadas.
Entre os pontos centrais em discussão estão a origem e o uso dos R$ 300 mil apreendidos e de um suposto empréstimo de R$ 1,2 milhão durante o período eleitoral.