Mulher de 30 anos, moradora de Várzea Grande, faleceu após consumir bebidas alcoólicas em confraternizações; Estado também registra novos casos graves em Itanhangá.
A morte de uma mulher de 30 anos por intoxicação por metanol, ocorrida em Várzea Grande, foi confirmada pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (Lacen), que atestou o diagnóstico após análise do caso. Trata-se do primeiro óbito registrado no Estado em decorrência desse tipo de intoxicação.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, a paciente começou a passar mal no dia 5, apresentando náuseas e vômito, após ter participado de duas confraternizações — nos dias 2 e 4 — nas quais consumiu cerveja e whisky. Ela chegou a ser atendida na UPA e recebeu alta após melhora do quadro clínico. Porém, no dia 7, voltou a apresentar piora acentuada, com dor de cabeça intensa e visão turva. Acionados pela família, profissionais do SAMU realizaram o resgate, mas a paciente já chegou sem vida ao Pronto-Socorro.
A confirmação oficial do óbito foi anunciada há pouco pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT). O secretário Gilberto Figueiredo lamentou o falecimento e alertou para a importância de atenção à procedência de bebidas alcoólicas:
“É uma perda muito triste. A população deve ficar alerta e seguir as orientações da SES para evitar novos casos”, destacou.
O novo boletim divulgado pela SES também registra mais dois casos de intoxicação por metanol, ambos em Itanhangá. As vítimas — um jovem de 26 anos e sua sogra, de 42 — ingeriram whisky. Ele apresentou vômito, náuseas, dor torácica, tontura e dificuldade respiratória, mas já recebeu alta. Ela, entretanto, segue internada em estado grave, após evoluir com perda progressiva da visão, fadiga e dificuldade de caminhar.
A primeira confirmação de intoxicação por metanol no Estado ocorreu em 22 de outubro, envolvendo um homem de 24 anos, morador de Várzea Grande, que sofreu lesão ocular irreversível — uma das complicações mais severas desse tipo de envenenamento.
Até esta quinta-feira, dez casos suspeitos foram notificados em Mato Grosso: quatro estão confirmados laboratorialmente, dois seguem em investigação (em Água Boa e Várzea Grande) e quatro já foram descartados.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Alessandra Moraes, reforça as recomendações: não consumir bebidas alcoólicas de lotes citados em alertas oficiais ou de procedência duvidosa; verificar rótulos, lote e data de fabricação; e denunciar estabelecimentos que vendam produtos suspeitos pelos canais oficiais, como o Fale Cidadão – Ouvidoria do Estado.
Ela orienta ainda que qualquer pessoa que apresente sintomas como visão borrada, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal ou tontura deve procurar imediatamente atendimento de urgência, pois a intervenção rápida é crucial para prevenir sequelas graves.
A SES mantém um painel atualizado diariamente, de segunda a sexta-feira, com todos os casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol no Estado.