A transferência inesperada de presos do Centro de Ressocialização de Sorriso para outras unidades prisionais, ocorrida nesta quarta-feira (04), gerou revolta entre familiares, que afirmam não ter recebido qualquer informação sobre quem foi levado ou para onde os detentos foram transferidos.
A Secretaria de Estado de Justiça informou, em nota, que elaborou um cronograma para a remoção de custodiados do presídio de Sorriso, cumprindo decisão judicial do juízo da Execução Penal da comarca. De acordo com o governo, o objetivo é promover a readequação e ajustar a ocupação do presídio à capacidade instalada. A pasta afirma que está sendo transferido o número necessário de pessoas privadas de liberdade para outras unidades prisionais de Mato Grosso.
Apesar das justificativas oficiais, os familiares reclamam da falta de comunicação e transparência sobre o procedimento. Muitos afirmam que foram pegos de surpresa e que não receberam qualquer informação sobre quem foi levado e para qual cidade.
“Porque foram transferidos e para onde foram transferidos? A pergunta que os familiares querem que seja respondida”, relatou uma das mulheres que aguardava na frente da unidade. “É por isso que estamos aqui. Mas está tudo trancado e ninguém sai para dar uma resposta. Eu estava sabendo que era só para 15 de dezembro. Quando vi, estava a foto do ônibus já saindo. Cheguei aqui para pedir informação, não deixaram ninguém nem se aproximar e agora ninguém informa para parentes e esposas que estão aqui fora. Para onde foram? Quem foi transferido?”, questionou.
Outra familiar, emocionada, contou que tem um filho e um neto presos no local e se diz desesperada por notícias. “É sem explicação isso. Eu sei que eles tiveram culpa para estar aqui dentro hoje. Mas a dor é imensa para uma mãe e avó de 60 anos. E se eles foram transferidos, deveriam pelo menos avisar para cada família quem foi. Estou aqui implorando, pelo amor de Deus, que falem pelo menos para a família, nem que seja em segredo”, disse.
A Secretaria de Justiça reforçou que as remoções seguem orientação judicial e têm como objetivo assegurar condições adequadas de ocupação nas unidades prisionais do Estado.