IBGE prevê safra agrícola recorde de 270,7 milhões de toneladas para 2022

A safra agrícola de 2022 deve totalizar 270,7 milhões de toneladas, alta de 7,8% em relação à estimativa de 2021, ou 19,5 milhões de toneladas a mais. Se confirmada, será um novo recorde histórico. Os dados são do primeiro Prognóstico para a Safra Agrícola divulgado nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2021, a safra alcançou 251,2 milhões de toneladas, resultado 1,2% menor do que o de 2020, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de outubro. O resultado de outubro ficou 0,1% maior em relação à estimativa divulgada em setembro, ou 236,1 mil toneladas a mais.

Soja e milho

As safras de soja e de milho explicam a projeção de um novo recorde histórico da produção agrícola para 2022, conforme o primeiro Prognóstico para a Safra Agrícola. No levantamento do IBGE, a safra de soja somará 135,2 milhões de toneladas em 2022, 0,8% acima de 2021.

Já o milho de primeira safra somará produção de 28,7 milhões de toneladas em 2022, alta de 11,1% ante 2021. O milho de segunda safra, por sua vez, deverá registrar alta de 26,8% na produção de 2022, para 77,2 milhões de toneladas.

Segundo o IBGE, o ano agrícola não atrasou, com o plantio da soja sendo realizado, em sua maior parte, na época normal, o que pode favorecer a “janela de plantio” para o milho segunda safra.

Arroz e feijão

A produção nacional de arroz deverá recuar 3,9% em 2022, conforme o IBGE. No levantamento do instituto, a produção total de arroz deverá ficar em 11,1 milhões de toneladas.

Segundo o IBGE, a queda é explicada por uma base de comparação alta. “As lavouras da região Sul foram beneficiadas pelo clima nos dois últimos anos, com uma excelente luminosidade, o que proporcionou recordes de produtividades, logo uma base de comparação alta para a safra 2022”, informou o instituto.

Já a primeira safra de feijão deverá somar 1,2 milhão de toneladas, 6,9% acima da deste ano. A segunda safra, com 1,1 milhão de toneladas, deverá ficar 9,8% acima de igual safra deste ano. A terceira safra da leguminosa, por sua vez, deve recuar 0,9% em relação a 2021, para 590,1 mil toneladas.

Algodão herbáceo

O IBGE também divulgou sua projeção para o algodão herbáceo, de 6 milhões de toneladas, 2,4% acima de 2021. Segundo o IBGE, a recuperação dos preços da pluma e o aumento da demanda internacional devem incentivar os produtores a aumentarem a área cultivada.

 

Soja lidera valor de produção na agricultura com R$ 104 bi

Soja, cana-de-açúcar e milho são as lavouras que têm o maior impacto na economia do Brasil. Segundo a última edição do Censo Agropecuário, divulgado pelo IBGE em outubro (25), o valor da produção vegetal do país, em 2017, foi de R$ 308 bilhões; a soja, que ocupa com folga o topo do ranking, é responsável pelo aporte de R$ 104 bilhões – ou seja, mais de um terço da produção vegetal total do país.

Em segundo lugar, a cana-de-açúcar contribuiu com R$ 49 bilhões, seguida pelo milho em grão, com R$ 34 bi, e o café arábica, com R$ 13,5 bi. O arroz, com R$ 8,6 bi, também teve um salto no valor de produção e subiu da sétima para a quinta posição entre 2006 e 2017.

A escalada da produção de soja pode ser observada na comparação com o Censo Agropecuário de 2006. Nesse intervalo, a área colhida aumentou 72%, o número de estabelecimentos aumentou 9% e a quantidade produzida aumentou 123%. Com isto, a soja assumiu a liderança no valor de produção pela primeira vez em um censo agropecuário, desbancando a cana-de-açúcar, tradicionalmente a campeã de valor de produção.

O Brasil é, hoje, o segundo maior produtor mundial de soja. Segundo dados de 2018 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a maior parte da soja produzida no Brasil tem como destino a exportação, seja como farelo, óleo ou, principalmente, o grão, gerando U$ 40,9 bilhões de valor.

O coordenador de Agropecuária do IBGE, Octávio Oliveira, explica que um dos fatores que contribuiu para o impulsionamento da produção foi o aumento da demanda por carne de frango, carne de porco e ovos. “Como tanto a soja quanto o milho são fundamentais para a ração animal, consequentemente, temos uma maior demanda por esses grãos”, explicou.

Octávio também comenta que, apesar de perder espaço para a soja, a cana tem se mantido estável, pois a demanda ainda é grande. Entre outros fatores, está a versatilidade do produto, que serve como matéria-prima para o biocombustível, o açúcar para exportação e o álcool que é adicionado à gasolina.

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