A Polícia Civil indiciou o padre Nelson Koch no inquérito que investiga as acusações de estupro contra menores em Sinop (a 480 quilômetros de Cuiabá).
O delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso (DEDMCAI) do Município, Sérgio Ribeiro, explicou que existem elementos suficientes para a decretação de uma nova prisão, mas que isso agora ficará a cargo do Ministério Público Estadual.
“Tendo em vista que há elementos nos autos que permitem a nova decretação, o delegado Pablo Carneiro relatou o inquérito e o encaminhou ao Ministério Público. Ficará a cargo do Ministério Público agora representar ou não por essa decretação”, explicou.
Segundo o delegado, ao todo foram ouvidas nove testemunhas entre supostas vítimas, funcionários e outros padres.
Conforme o delegado, os depoimentos foram coesos e indicaram um comportamento estranho por parte do padre com as crianças e adolescentes da paróquia. “Houve situações em que os próprios colegas desconfiavam, achavam estranho, digamos, o comportamento”.
Conforme as investigações, o caso já soma cinco vítimas, no entanto, em duas dessas situações o suposto crime prescreveu, uma vez que aconteceram há mais de 20 anos.
“Foi indiciado por fatos contra três vítimas. Nos demais os fatos estão prescritos, então elas foram ouvidas na condição de testemunhas”, afirmou.
O padre foi indiciado pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual. “As informações podem dar subsídio para uma nova representação”.
A prisão
O padre de 54 anos foi preso pela Polícia Civil, no dia 17 de fevereiro em cumprimento a um mandado de prisão. O religioso, no entanto, foi solto quatro dias depois.
Além da prisão, a Polícia cumpriu mandado de busca e apreensão domiciliar no endereço do padre, uma chácara na zona rural de Sinop.
As ordens judiciais foram deferidas pela 2ª Vara Criminal de Sinop, após representação da Polícia Civil com base em fatos apurados que apontam os atos praticados pelo religioso.
Em um dos casos os abusos teriam começado quando o menor tinha apenas 7 anos e persistiram até os seus 15, conforme o delegado.
Outro adolescente, de 17 anos, também ouvido pela Polícia Civil, confirmou que o religioso teria, nos últimos três anos, praticado ato libidinoso com ele.
O outro lado
A defesa do padre afirmou que não foi não foi intimada sobre nenhuma conclusão.
“Só poderemos falar a partir do momento que tivermos acesso aos autos”, disse o advogado Márcio de Deus.