MP entra com ação para derrubar lei que ‘flexibiliza’ o uso do Pantanal

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) ingressou com Ação direta de inconstitucionalidade contra a Lei 11.861/2022, que ‘flexibiliza’ as atividades da agropecuária no Pantanal mato-grossense.

Na ação, o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, argumenta que o texto aprovado pelos deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) é ilegal, justamente por violar a própria Constituição Federal e Estadual e a proteção do meio ambiente.

“Ao reduzir a esfera de proteção ambiental e travestir estímulos à pecuária extensiva em áreas essenciais do delicado ecossistema da Bacia do Alto Paraguai, ofendem ao direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e ao dever estatal de promover a sua defesa e proteção para as presentes e futuras gerações, aos princípios da prevenção, da precaução e da vedação ao retrocesso ambiental”, cita o despacho.

No documento, o MPE cita, entre outras irregularidades, que as mudanças impostas na lei estimulam o desmatamento na Bacia do Alto Paraguai, diante do incentivo à pecuária extensiva sem controle.

O órgão ainda apontou a falta de estudo técnico sobre os impactos que a exploração da região pode trazer natureza. “No mesmo sentido, sequer houve menção a estudos ou relatórios científicos. Nenhum dos pareceres das comissões também se preocupou em refrear os ímpetos econômicos, para repensar os impactos ambientais nefastos que adviriam do então projeto legislativo”, pontuou.

O projeto

O projeto polêmico que tramitou em caráter de urgência foi sancionado pelo governador Mauro Mendes (União) diante de forte criticas de ambientalistas e povos tradicionais do Pantanal.

Entre as principais mudanças aprovadas estão a permissão para a atividade da pecuária extensiva em Área de Preservação Permanente (APP), a utilização de até 40% da propriedade em área alagável para pasto e a autorização de utilização de agrotóxicos e agroquímicos na região.

O texto ainda prevê a possibilidade de alteração das paisagens de corixos, meandros de rios e baías, além de não especificar quais empreendimentos de utilidade pública e interesse social que serão permitidos a partir de agora, e que não necessitam de Estudo e Relatório de Impacto Ambiental – EIA-Rima.

Veja também

Escolas de Sorriso são reconhecidas pela Gestão de Resíduos no Prêmio Lixo Zero

Plataforma de monitoramento de incêndios do Corpo de Bombeiros de MT vence prêmio nacional

Francisco Graziano, embaixador do CAT, cumpre agenda em Sorriso e destaca sustentabilidade no campo

Mais de 500 mudas nativas são plantadas em ação de reflorestamento em Sorriso

Três pessoas são presas durante ação de combate ao garimpo ilegal em Terras Indígenas no MT

Sorriso promove ações de reflorestamento neste sábado (23)