Polícia Civil, ANP e Procon apreendem mais de 63,7 mil litros de óleo lubrificante clandestino na Capital

Mais de 63,7 mil litros de óleo lubrificante para veículos automotores sem procedência comprovada foram apreendidos durante uma operação conjunta, realizada na segunda-feira (10.10), pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Procon Estadual.

A ação que resultou na apreensão de várias caixas de óleo lubrificante, totalizando 63.757 mil litros, foi estudada e planejada pela Decon e pela ANP durante aproximadamente dois meses, e contou com o apoio de fiscais do Procon Estadual para a sua execução.

A força-tarefa esteve em duas grandes distribuidoras de óleo lubrificantes que forneciam o produto para todo o Estado de Mato Grosso, localizadas nos bairros Parque Ohara e Jardim Paulista, em Cuiabá. Na primeira distribuidora, foram apreendidos 16.456 mil litros de óleo lubrificante de duas marcas de origem clandestina e que não possuem informações exatas sobre quem são os seus fabricantes e nem número de registro válido na Agência Nacional do Petróleo – ANP.

Na segunda empresa, foram apreendidos 47.301 mil litros de óleo lubrificante de três marcas clandestinas e que também não possuem informações completas sobre seus fabricantes, registro na ANP e outras informações exigidas pela legislação.

O delegado da Decon, Rogério da Silva Ferreira, explica que na prática, os produtos comercializados como óleos lubrificantes para motores a diesel de máquinas agrícolas, caminhões e também para motores de veículos movidos a gasolina, etanol e GNV, podem conter qualquer substância e até mesmo nem serem propriamente óleos lubrificantes, uma vez que seus fabricantes não são conhecidos e os produtos não passaram por registro na ANP.

Os óleos lubrificantes apreendidos devem ser produtos derivados de petróleo e, segundo a ANP, constituem a segunda fração mais pesada do petróleo, só perdendo para o piche que é utilizado em asfalto. “Foram coletadas amostras de todos os produtos apreendidos para que a Agência Nacional realize perícia para verificar qual a composição e se eles são impróprios para o uso como lubrificantes, além dos riscos de desgaste nos motores e os prejuízos que podem causar para os consumidores”, disse o delegado.

Os proprietários das distribuidoras não foram presos em flagrante, mas serão interrogados pela Polícia Civil nos próximos dias e responderão, junto com os fabricantes dos produtos que forem identificados, por crime contra a ordem econômica e crime contra as relações de consumo, com penas que somadas podem chegar aos 10 anos de prisão e multa.

As distribuidoras também foram autuadas pela ANP e os valores das multas, que serão definidos durante o processo administrativo instaurado naquele órgão, podem ir de R$20 mil até R$5 milhões para cada empresa, sendo que o Procon Estadual de Mato Grosso também ira instaurar processo administrativo que pode resultar na aplicação de sanções administrativas e de multas para as empresas distribuidoras.

Os policiais civis e fiscais ainda constataram que a distribuidora localizada no Jardim Paulista, que armazena aproximadamente 100 mil litros de óleo lubrificante em seu barracão, não possui Alvará de Segurança Contra Incêndio e Pânico, e a Polícia Civil irá oficiar o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso, para conhecimento e providências cabíveis.

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