Xeque-mate: juiz revoga prisão de mulher presa em Sorriso, que encomendou morte do marido no Whats

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, revogou a prisão preventiva de Cassiane Reis Mercadante, presa durante a deflagração da Operação Xeque Mate. Ela havia sido usada como laranja por uma organização criminosa que movimentou cerca de R$ 70 milhões durante as investigações, foi descoberto que ela pediu para o líder do grupo matar seu marido, também alvo da operação deflagrada pela Polícia Civil em 4 de novembro do ano passado.

A organização criminosa atuava na lavagem de dinheiro oriundo de crimes diversos, como receptação de defensivos agrícolas e cargas de grãos roubados. A investigação apurou ainda que os defensivos agrícolas eram comprados de diversas associações criminosas especializadas neste tipo de atividade criminosa que, depois, eram revendidos a outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais”.

Cassiane Reis Mercadante acabou ficando de fora da denúncia oferecida pelo Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) referente à operação. O órgão ministerial entendeu que não haviam indícios suficientes de participação ou autoria, solicitando ainda a revogação de sua prisão. O pedido foi acatado e a mulher, que cumpria prisão domiciliar, ficará em liberdade.

“Nessa perspectiva, ausentes os indícios suficientes de autoria (art. 312 do CPP), a revogação da prisão domiciliar da investigada é medida que se impõe, nos termos do art. 316 do CPP. Em face do exposto, revogo a prisão domiciliar decretada em desfavor de Cassiane Reis Mercadante”, diz a decisão.

Durante as investigações foi encontrado um diálogo entre Cassiane Reis Mercadante e João Nassif Massufero Izar, que seria o líder do grupo. Na ocasião, ela pergunta a João Izar se esse “teria coragem de mandar matar seu marido”, diz trecho do documento, que usou um print como prova. De acordo com o inquérito, tudo indicava que Cassiane estava se preparando para fugir, tendo inclusive, colocado a sua casa em Sorriso à venda.

Movimentações financeiras analisadas pela Polícia Civil indicaram Cassiane era usada ainda como “laranja” pela associação criminosa para branquear os ativos oriundos do tráfico de drogas. “Cumpre ressaltar que Mauri Moreira da Silva possui vínculo antigo com a associação criminosa, considerando que é conhecido ladrão de cargas de soja na região. Inclusive, no momento, se encontra foragido com mandado de prisão em aberto por crime dessa natureza”, revela o inquérito.

Na mesma decisão, o juiz manteve a prisão João Nassif Massufero Izar, David dos Santos Nascimento, Danilo Pereira Lima, Vadelírio Krug e Rodrigo Calca, após receber a denúncia oferecida pelo MP-MT. Todos são supostos membros de uma organização criminosa que movimentou mais de R$ 70 milhões com roubo de cargas de grãos, comércio ilegal de agrotóxicos, lavagem de dinheiro, e compra e venda de veículo de luxos em Mato Grosso.

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