Um imóvel adquirido pela quadrilha havia sido doado pela prefeitura de Sorriso ao antigo proprietário, que acabou vendendo a propriedade para os criminosos. A revelação consta da decisão do juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, proferida no dia 8 de março, que manteve a prisão dos membros da quadrilha. Os presos são João Nassif Massufero Izar, Valdelírio Krug, Viviane Menegazzi, David dos Santos Nascimento, Sandoval de Almeida Júnior, Ângelo Henrique Markoski da Cunha, Rodrigo Calça e Danilo Pereira de Lima.
A quadrilha especializada em vender agrotóxicos e cargas de soja roubadas foi desarticulada pela Polícia Judiciária Civil (PJC) em Mato Grosso, através da Operação Xeque Mate. De acordo com informações da PJC, o grupo criminoso, que atua na região norte do estado, movimentou cerca de R$ 70 milhões em atividades ilícitas.
Em uma conversa interceptada pela polícia, João Nassif Izar, apontado como um dos líderes da organização criminosa, estaria comprando e ao mesmo tempo revendendo um barracão no Distrito Industrial de Sorriso em 2021. Os membros do bando temiam a aquisição de risco e eventuais repercussões legais ou midiáticas, pois a propriedade tinha sido doada pela prefeitura da cidade.
Em outra conversa interceptada pelas investigações, João Nassif Izar adverte Ângelo Henrique Markoski da Cunha sobre um cheque de uma carga de soja roubada e vendida pela organização criminosa, que não teria “caído” na conta movimentada pela quadrilha. Na conversa, Ângelo relata que sua família vinha sendo ameaçada pelos ladrões da carga.
Os presos são suspeitos de crimes de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais. A atuação do grupo criminoso era, inicialmente, na diluição dos produtos de roubo e furto de defensivos agrícolas.
