O jovem Juliano da Costa Marques Santos, acusado de atropelar e matar o manobrista José Antônio da Silva Alves dos Santos, de 23 anos, na frente de uma casa noturna em Cuiabá, em 2017, foi condenado a pagar R$ 300 mil de indenização e pensão para a filha da vítima, de 3 anos. A decisão do dia 2 deste mês é do juiz Luiz Octávio Saboia Ribeiro, da 3ª Vara Cível de Cuiabá.
Na decisão, além dos R$ 300 mil por danos morais, o juiz fixou uma pensão à filha de José de 2/3 do salário mínimo, contando a partir da data do acidente, até a conclusão do curso superior dela ou até completar 25 anos.
“A atitude tresloucada e covarde do requerido deixou a autora de apenas 3 anos de idade sem o pai. Sem referência em sua vida. O requerido impôs a autora uma pena perpétua, viver a vida sem conhecer o seu pai. Essa foi a consequência do ato ilícito, ilegal e irresponsável do requerido”, cita o magistrado.
José Antônio trabalhava como manobrista para tirar o sustento da família. Ele foi atropelado por Juliano durante o horário de trabalho.
Um policial que estava no local também foi atingido e teve ferimentos. Ao fazer o teste do bafômetro, à época, o acusado apresentou 0,71 ml de álcool a cada litro de sangue.
“Consta da inicial que o requerido causou dolosamente a morte de José Antônio da Silva dos Santos, pai da postulante. Analisando o boletim de ocorrência, verifica-se que o condutor atropelou a vítima e foragiu do local. Conduta típica daqueles que pretendem se isentar de responsabilidade”, cita o juiz na decisão.
Juliano responde por homicídio qualificado e homicídio tentado.
O magistrado diz ainda que o caso representa a irresponsabilidade vivenciada pela sociedade no dia a dia.
“Alguns jovens que frequentam a noite cuiabana acreditam serem imortais, e violam a paz e a tranquilidade de terceiros. Embriagam-se em via pública e cometem todo tipo de absurdo contra terceiros. Interessante que quando são chamados a se responsabilizarem sempre se apresentam ‘pessoas de bem’, ‘coitados’, ‘cidadãos conscientes’, enfim douram a pílula”, ressalta.
O atropelamento
Conforme consta no processo do Ministério Público, Juliano teve um desentendimento com o policial na boate, e depois disso, saiu com o carro em alta velocidade.
Pelas informações obtidas pela polícia, o manobrista tinha acabado de entregar um carro ao policial que saía da boate. Juliano tentou atropelar o cliente e atingiu o manobrista.
José estava de pé ao lado da porta do motorista quando foi atingido pelo veículo dirigido por Juliano. O manobrista morreu antes de ser socorrido. Após atropelar a vítima, Juliano fugiu em alta velocidade e não prestou socorro.
Policiais conseguiram prender o motorista logo depois, na região do Bairro Parque Cuiabá.