De janeiro a agosto, 1.659 casos de dengue foram confirmados em Sorriso, 38 deles com sinais de alarme, quando há sintomas como dor abdominal intensa, vômito constante, dentre outros, e que levam a internações. Além de dois casos de dengue grave, quando ocorre reação mais drástica do organismo ao vírus, com sintomas como alteração dos batimentos cardíacos, vômitos persistentes e sangramentos, que podem ser nos olhos, gengiva, ouvidos e/ou nariz.
Foram 126 casos em janeiro; 199 em fevereiro; 214 em março; 422 em abril; 371 em maio; 199 em junho; 111 em julho e 17 em agosto. Já os casos de sinais de alerta foram 11 em janeiro; 7 em fevereiro; 4 em março; 3 em abril; 1 em maio; 7 em junho; 3 em julho e 2 em agosto. Os casos graves foram registrados um em março e o outro em agosto.
O número total – 1.659 casos; já é maior do a soma total de 2020 quando durante o ano inteiro Sorriso contabilizou 1.424 casos de dengue; 49 deles com sinais de alerta.
Além da dengue, enfermidades como Zika e Chikungunya também foram registradas. Do início do ano até o momento, são 12 casos de Zika – 1 em fevereiro, 4 em março; 6 em abril e 1 em maio; já da Chikungunya foi 1 registro em maio. No ano passado foram notificados dois casos de Zica, já de Chikungunya não houve registros.
O coordenador de Vigilância Ambiental, Júnior Antônio de Barros, pontua que independente da época do ano, os cuidados preventivos devem permanecer os mesmos. “Por isso, salientamos mais uma vez a importância da população nos auxiliar mantendo os ambientes limpos”. Júnior acrescenta que o cuidado para evitar criadouros do Aedes aegypti, é uma preocupação constante da Secretaria de Saúde e Saneamento.
“Estamos atentos o ano todo; inclusive agora. Nosso foco não está somente nos meses chuvosos; precisamos que a população também compactue com isso e nos auxilie tanto na época de chuvas quanto de estiagem como agora”.
O coordenador salienta que hoje os bairros com maior índice larvário, medidos pelo 4º ciclo, são o Residencial Pinheiros I com 2,56%; o Pinheiros II com 2,16%; Parque das Araras com 1,74% e Taiamã com 1,46%.
“Nesses pontos estamos encontrando o maior índice larvário, porém destacamos que toda a população, independente do bairro, precisa estar atenta e manter quintal, calhas e terrenos baldios limpos, evitando criadouros não só de Aedes, mas de vários outros espécimes peçonhentos”, frisa a coordenadora de Vigilância em Saúde, Tayná Vacaro.
Entre os principais pontos com larvas, estão as plantas.
“Registramos muitas larvas em vasos de flores”, alerta Tayná. Por isso, a equipe solicita que os moradores mantenham os pratos de vasos de flores com areia. “E verifiquem qualquer recipiente, grande ou pequeno, que possa acumular líquido”, lembra a coordenadora.
Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode levar um período de 10 dias. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana: assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.
Hoje, 35 agentes de combate a endemias atuam no Departamento de Vigilância, 31 deles diretamente à campo. “Mas lembramos a todos que cada um é responsável pelo seu lar; então é essencial que uma vez por semana verifiquem recipientes, calhas, plantas, cisternas, etc., e que toda a população nos auxilie não descartando lixo a céu aberto, pois muito desse lixo acaba entupindo bueiros e servindo como o criadouro ideal para todo tipo de mosquitos e de animais peçonhentos”, aponta Tayná.
Uso de inseticida
Júnior pontua que o Departamento de Vigilância Ambiental tem recebido várias solicitações dos moradores para a aplicação de inseticida devido à grande quantidade de mosquitos na área urbana do município. Porém, o coordenador destaca que há critérios para a aplicação do inseticida. Geralmente, o produto é enviado pelo Ministério da Saúde e só pode ser aplicado quando há ou notificação de caso suspeito ou a confirmação de caso. Sem a notificação não há como aplicar o veneno, pois não haverá a reposição da quantia usada por parte do MS.
Júnior explica ainda que “o veneno mata apenas o mosquito que estiver voando; ele não elimina mosquitos pousados ou as larvas. Então, a melhor recomendação é a eliminação, mantendo tudo limpo”.
O coordenador completa que quando há confirmação de ou suspeitas de casos de dengue, o inseticida é imediatamente aplicado em todo o quarteirão do local de suspeita ou confirmação.
Além da aplicação de inseticida, o Município instituiu o calendário permanente de coleta de resíduos sólidos para descartes e tem realizado mutirões de limpeza para evitar a proliferação tanto do mosquito como de outros animais peçonhentos.