Brasil vende 7 vezes mais soja para a China do que os Estados Unidos

Os embarques de soja brasileira em junho foram projetados pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) em 14,88 milhões de toneladas, 8% superiores às 13,78 milhões de toneladas do mesmo período de 2023.

Outro dado recente do mercado da commodity foi a redução da estimativa de produção da safra 2023/24 para 152,5 milhões de toneladas, corte de 1,4 milhão de toneladas, feita pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Importações chinesas

Hedgepoint Global Markets aponta que as importações chinesas de soja dos Estados Unidos em junho cresceram quase três vezes, chegando a 1,27 milhão de toneladas contra 0,49 do ano anterior.

“Por outro lado, o Brasil, com 8,8 milhões de toneladas de soja exportadas, representa quase 90% do total das importações da China, que foram de 10,22 milhões de toneladas em junho”, cita o analista de Inteligência de Mercado da consultoria, Ignacio Espínola. Assim, é possível notar que o Brasil vendeu sete vezes mais soja ao gigante asiático em comparação aos Estados Unidos.

Considerando o período de janeiro a maio, os embarques do Brasil totalizaram 24,71 milhões de toneladas para a China, o que representa um aumento de 23% em relação ao ano anterior.

“Do lado dos Estados Unidos, o montante total é de 10,85 milhões de toneladas, 34% abaixo do ano anterior. Por fim, a China importou 0,2 milhão de toneladas de soja da Argentina no mesmo período”, pontua.

Norte-americanos retém a soja

lavoura de soja nos Estados Unidos
Foto: Pixabay

Os Estados Unidos estão passando pelo programa de exportação de soja mais lento dos últimos 20 anos, com os agricultores retendo os grãos na esperança de melhores preços.

“Por fim, os compradores chineses estão aproveitando os bons preços e a grande oferta brasileira, o que dá ao país uma vantagem competitiva em relação aos norte-americanos”, considera Espínola.

Segundo ele, a tendência é que as vendas de soja brasileira continuem crescendo devido aos bons preços em comparação com os Estados Unidos.

“Além disso, a China tem comprado grãos para junho e julho em um ritmo mais alto do que nos últimos anos, o que afeta negativamente os norte-americanos, pois eles estão tentando vender sua safra antiga, mas afeta positivamente o Brasil, onde a atividade nos principais portos de Paranaguá, Santos e Itaquí está nos níveis máximos da temporada”, conclui o analista.

 

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