A foto de uma cobra de duas cabeças que teria sido encontrada em Mato Grosso se trata de uma montagem. Segundo o biólogo especialista em serpentes Henrique Abrahão Charles, é possível que haja cobras siamesas, mas não é o caso da cobra da foto.
O biólogo explica que há dois pontos cruciais que mostram porque a serpente não é real. O primeiro é o relato de pessoas dizendo que a cobra está aparecendo em vários estados do Brasil, como em Minas Gerais, Ceará e até em outros países, como Argentina.
“Ninguém sabe a localização exata dessa cobra, não sabe de onde surgiu e espalham as fotos falando que são de vários locais”, explicou o biólogo.
Além da localidade, o segundo ponto é a união das duas cabeças. Henrique explica que existem cobras siamesas, além de outros animais e seres humanos também.
Siamês é o nome utilizado para quando não há uma divisão correta da célula. O próximo passo seria formar dois embriões para que futuramente fossem gêmeos, não o processo não foi feito corretamente.
“Pode acontecer com todos os animais, inclusive seres humanos. É um erro que uniu os embriões formando siameses, mas 99% das vezes o animal ou ser humano morre”, disse.
O problema encontrado na imagem é a parte em que as duas cabeças estão unidas. O biólogo explicou que, quando há duas cabeças, a união se forma a partir da coluna e, na imagem, parece que as cabeças estão unidas pela barriga, o que não é normal.
“Ela teria que, muito provavelmente, estar unida pela coluna e não há uma divisão na coluna. Parece que ela está saindo da barriga da outra. Não é o padrão normal uma cobra sair da barriga de outra cobra, o que me faz acreditar que essa foto é fake”, contou.
