Sorriso: famílias denunciam que pelo menos oito meninas teriam sofrido abusos de professor em Primaverinha

O Distrito de Primaverinha está localizado a cerca de 30 km da sede do município de Sorriso. Desde a semana passada tem sido notícia com fatos que aconteceram no final do mês de abril envolvendo um professor que era lotado na escola local. Relatos davam conta de que o referido servidor público que acabou preso nesta segunda-feira (12) quando assinava na Prefeitura de Sorriso sua exoneração por suspeita de pedofilia em outra escola, teria cometido abusos também no Distrito.

Segundo levantado pela reportagem, pelo menos oito meninas com idades entre 10 e 12 anos teriam sofrido os abusos do professor que lá estava em sala de aula.

A coordenadora da Escola Municipal Primavera, confirmou que recebeu relatos de situações que aconteceram com alunas, mas que não os interpretou como abusos. Diferente das mães de algumas das vítimas, que conversaram com a reportagem hoje.

Uma das meninas, de 10 anos, chegou a pedir para sua mãe uma câmera para levar à escola. Ela queria filmar o que o professor fazia. “Ela chegou me pedindo uma câmera para levar para a escola, porque o professor quando ia ajudar ela a fazer a tarefa, passava a mão nos seios e na bunda”, contou a mãe.

Quando a situação foi levada à direção do estabelecimento, segundo ela, os pais foram orientados no sentido de que a escola iria tomar providências e ficaram aguardando. “E depois ficamos sabendo através do noticiário que nada do caso de Primaverinha tinha sido registrado”, declarou.  Esta mãe exigiu que a denúncia que fez à escola fosse registrada em ata, mas as outras mães conseguiram o registro. Ela contou ainda que houve momento em que o professor passou a mão na perna da menina, levando na direção da virilha e que a menina então levantou e saiu.

Quando ela afirmou que iria procura autoridades policiais em Sorriso para fazer a denúncia, foi orientada na escola que não precisava porque a escola tomaria providências.

Outra mãe ouvida pela reportagem, ouviu da filha de 12 anos que o professor ‘apalpou’ e passou a mão em seu seio. “Eu até achei que não fosse verdade, mas aí ouvi outros casos e soube depois que ele tinha sido expulso”, disse a mãe.

Uma terceira moradora do Distrito, mãe de uma menina de dez anos, disse estar revoltada com a situação. “A minha filha chegou em casa e relatou para mim que o professor pegava nos seios dela. Perguntei se não era talvez um toque involuntário. Ela disse, ‘mãe, não é, porque ele coloca a mão por baixo da minha blusa e passa no meu seio”.

Esta mulher disse que vai pedir acesso a um vídeo que teria sido gravado pela coordenadora da escola, no qual teria pedido às estudantes que mostrassem na coleguinha como elas teriam sido tocadas.  Ela relatou ainda que não lhe foi permitido fazer registro do caso em ata. “Eu não tive direito à ata, porque disseram que já havia ido para a mesa da senhora secretária de educação. Fiquei revoltada com a entrevista dela [referindo-se à secretária de educação] porque ela como mãe, deveria nos apoiar, mas jogou a culpa em nós. Nem a escola, nem a secretária nos procurou. Nós procuramos a escola. O conselho [Tutelar] não era para procurar porque não iria adiantar, segundo o diretor”, afirmou a mãe.

Apesar de os fatos terem sido registrados no distrito no dia 27 de abril de 2023, nesta semana pais de estudantes foram até a delegacia de Sorriso para formalizar a denúncia.

O vereador Maurício Gomes, integrante da comissão de Saúde, Educação e Serviços Social foi à escola nesta quarta-feira conversar com a direção do estabelecimento. Ele foi recebido pela coordenadora que lhe relatou que os professores são orientados já na primeira reunião do ano para não tocar nos alunos.

Maurício disse que espera agora uma resposta do Prefeito, já que a Secretaria de Educação apenas tirou de um lugar e levou para outro. Em relação aos relatos ouvidos em Primaverinha ele declarou: “Estou estarrecido ouvindo os relatos destas mães. É triste ver que em pleno século XXI ainda há pessoas com esta índole. E a Prefeitura, ciente destes relatos, ao invés de cortar o mal pela raiz, leva para a cidade para continuar com estes atos. Estou muito triste”, disse o vereador.

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