Governador critica desrespeito às leis brasileiras e aos produtores e define medidas contra moratória da soja e carne

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, reuniu-se nesta terça-feira (21.11) com prefeitos, deputados, produtores rurais e representantes do agronegócio do estado para discutir e definir medidas firmes contra a moratória da soja e da carne. A ação, proposta pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), proíbe a venda desses produtos de produtores mato-grossenses que legalmente abriram novas áreas de terra a partir de 2008.

Mauro Mendes afirmou que a moratória desrespeita não apenas os cidadãos e produtores regionais, mas também o Código Florestal Brasileiro: “A moratória é um desrespeito contra os produtores e cidadãos mato-grossenses e também contra o Congresso Nacional, pois passa por cima do próprio Código Florestal Brasileiro, que é uma das leis ambientais mais importantes aprovadas nos últimos anos. Essas empresas não estão respeitando isso. Estão usando o poderio econômico que possuem para impor esse mecanismo”.

Diante da recusa das associações em respeitar a legislação ambiental vigente, o governador destacou o compromisso com as entidades e com os quase cem prefeitos presentes, representando a população e a classe produtora. “Vamos tomar algumas medidas para contrapor esse problema. A primeira é fazer um questionamento e chamar as associações para um diálogo. Se não tivermos um acordo, vamos enviar uma lei para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso que retira os incentivos fiscais das empresas signatárias da moratória aqui no Estado. E vamos fazer um debate no Congresso Nacional para mostrar esse desrespeito”, afirmou.

O prefeito de Primavera do Leste e presidente eleito da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Leonardo Bortolin, enfatizou que tanto o grande quanto o pequeno produtor rural serão prejudicados caso a moratória seja aplicada: “Quando se começou a falar de moratória da soja, muitas pessoas achavam que o grande produtor seria beneficiado. Mas a moratória vai inviabilizar economicamente os municípios de Mato Grosso”.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain, ressaltou que a moratória afeta diretamente a soberania do Estado: “Cada vez mais não estão aceitando e admitindo a soberania da nossa legislação, criando situações que impedem a comercialização e os nossos ganhos. Isso afeta diretamente o produtor, mas também a economia dos nossos municípios, do nosso Estado, e nós não podemos admitir”.

O deputado estadual Gilberto Cattani e o presidente da Frente Parlamentar do Agro (FPA), o deputado estadual Dilmar Dal Bosco, reiteraram seu apoio às medidas propostas pelo governador. “A atitude que for tomada em benefício do agro, nós estamos lá para apoiar. Colocamos a Assembleia à disposição”, disse Cattani. Dal Bosco pontuou que o setor produtivo e os poderes precisam se unir contra a moratória: “Nós só queremos o direito e o respeito à legislação. Vamos entrar nessa briga para que o Código Florestal Brasileiro seja respeitado”.

Além do governador e dos deputados, participaram da reunião mais de 80 prefeitos, os secretários de Estado e representantes de diversas entidades ligadas ao agronegócio. O debate sobre as medidas a serem tomadas contra a moratória evidencia a relevância do setor para a economia de Mato Grosso e a necessidade de garantir a sustentabilidade e respeito à legislação vigente.


Governador Mauro Mendes se reúne com prefeitos e produtores rurais de MT para tratar sobre a moratória da soja
Créditos: Mayke Toscano/Secom-MT

 

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