Em uma iniciativa crucial para a preservação do bioma pantaneiro, o governo de Mato Grosso lançou hoje a Operação Pantanal 2024, destinada a combater incêndios florestais na região do Pantanal. A operação tem como objetivo principal evitar a destruição da fauna e flora locais, que nos anos anteriores sofreram severos danos devido às queimadas.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais de 1,3 mil focos ativos de calor foram registrados em Mato Grosso somente em junho deste ano, com 235 deles localizados no Pantanal. Esse número representa um aumento alarmante de mais de 1300% em relação ao mesmo período do ano passado.
A Secretaria de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, informou que a operação foi antecipada em dois meses devido às condições climáticas desfavoráveis. Além disso, o período proibitivo de queimadas, que normalmente começaria em 1º de julho, foi adiantado para esta segunda-feira, 17 de junho. “Antecipamos a proibição de 1º de julho para esse bioma. Somente serão autorizados focos preventivos, ou seja, o uso do fogo para prevenir eventos maiores”, afirmou Lazzaretti.
As ações de combate aos incêndios no Pantanal são realizadas em parceria com o Governo Federal, que disponibilizou brigadistas e colocou a Marinha e o Exército Brasileiro à disposição. O Sesc Pantanal também colaborou, disponibilizando o primeiro Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) para a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de Mato Grosso, disponível online. Este plano foi elaborado em parceria com a Fundação Pró-Natureza (Funatura) e conta com o apoio do ICMBio e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU).
Uma novidade na Operação Pantanal 2024 é a implementação da queima prescrita, uma técnica que utiliza o fogo de maneira controlada para prevenir incêndios maiores. Esta técnica envolve a queima de determinadas áreas em forma de mosaico para proteger regiões maiores das linhas de fogo, que são difíceis de combater no Pantanal.
Cristina Cuiabália, gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, ressaltou a importância do PMIF na prevenção de incêndios no bioma. “A integração é o grande diferencial para proteger o Pantanal de grandes incêndios. Temos ampliado as técnicas de prevenção e a queima prescrita é uma delas. Por isso, a expectativa é muito positiva, pelos resultados já obtidos em outros biomas e experiência já adquirida na RPPN”, destacou.
A RPPN Sesc Pantanal possui 108 mil hectares e está localizada em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá. Apesar de o bioma do Pantanal ter apenas 5% de sua área protegida em Unidades de Conservação, a RPPN Sesc Pantanal representa uma parte significativa desse total, correspondendo a 1% da área protegida.