Ele é investigado por supostas falsificações de exames em laboratórios da rede Bioseg, em Cuiabá, Sinop e Sorriso.
O biomédico Igor Phelipe Gardes Ferraz, que estava preso desde 15 de agosto no Complexo Penitenciário Ahmenon Lemon Dantas, em Várzea Grande, deixou a unidade nesta quinta-feira (4) após decisão da Justiça de Mato Grosso. Ele era responsável técnico da rede de laboratórios Bioseg Medicina Laboratorial e foi detido no âmbito da Operação Contraprova, que apura fraudes e falsificações em exames realizados em Cuiabá, Sinop e Sorriso.
A juíza Edna Ederli Coutinho entendeu que a prisão preventiva não era necessária, já que não há comprovação de autoria do crime e a liberdade de Igor não deve interferir nas investigações. Ele deverá cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, apresentação mensal à Justiça, entrega do passaporte e proibição de sair da cidade sem autorização. Também não poderá frequentar unidades da Bioseg Medicina Laboratorial nem manter contato com outros investigados.
A defesa, representada pela advogada Bárbara Figueiredo, afirmou que a sociedade entre Igor e os demais investigados foi desfeita desde a primeira prisão e classificou a decisão como justa, garantindo que ele cumprirá todas as restrições.
As investigações apontam que a empresa não realizava os exames coletados nem encaminhava as amostras a outros laboratórios. O material era descartado e os laudos, falsificados. Segundo a Polícia Civil, a rede prestava serviços a órgãos públicos, clínicas médicas e convênios.
Já a Bioseg Saúde e Segurança do Trabalho declarou que não possui vínculo operacional, técnico ou administrativo com a Bioseg Medicina Laboratorial e que dois de seus sócios apenas atuaram como investidores. A empresa também destacou que o processo segue em segredo de justiça e que as informações divulgadas podem não refletir integralmente o teor da investigação.