O município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, sediou pela primeira vez a Abertura Nacional da Colheita da Soja, nesta quinta-feira, 4. Considerado um dos mais importantes da sojicultura brasileira, o evento foi uma grande festa, com direito a debates pertinentes ao setor, informações meteorológicas para os próximos meses e o lançamento do prêmio Personagem Soja Brasil safra 2020/2021.
O presidente da Aprosoja Bahia, Alan Juliani, agradeceu por Luís Eduardo Magalhães ter sido escolhido para sediar este grande evento. “Representamos não só o oeste da Bahia, mas o Matopiba. Mostramos a nossa qualidade e a tecnologia de produção. Este é um município, que há 30 anos não produzia nada, agora é o maior produtor de soja do Nordeste”, destacou.
Juliani foi seguido pelo presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, que exaltou o trabalho dos produtores que mudaram a face do oeste da Bahia. “Transformaram um solo pobre em gerador de riquezas e produção. Parabéns aos produtores e empresários que acreditaram nesta região”, disse.
O presidente do Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães, Cícero Teixeira, também se mostrou contente com os resultados, mas pede ajuda ao poder público para melhorar a infraestrutura de escoamento.
O prefeito Junior Maraba afirmou que sua gestão tentará facilitar a vida do produtor. “Sabemos da dificuldade, da luta muitas vezes para o escoamento dos grãos. Estamos aí para ajudar”, declarou.
O evento foi realizado na área que pertence à Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), dentro do complexo da Bahia Farm Show. Segundo o presidente da entidade, Odacil Ranzi, ele não pensou duas vezes quando o convite foi feito. “Quando o Alan Juliani me ligou, não demorei um segundo para liberar tudo o que precisava para realizar este grande evento. Aiba é uma associação, que assim como os sindicatos, trabalha em prol da agricultura”, declarou.
Otimismo no agronegócio brasileiro
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também participou da Abertura Nacional da Colheita da Soja, virtualmente. Em discurso aos produtores rurais de todo o Brasil, ela evidenciou que o cenário é de otimismo.
“A soja demonstra que é o carro chefe dos nossos grãos, produzindo cada vez mais, gerando emprego e renda e usando tecnologia. A demanda mundial crescente deve continuar por mais dois anos. Temos todos os motivos para acreditar que a soja brasileira precisará continuar sendo produzida nos atuais volumes, pois a demanda mundial vai continuar crescendo”, disse.
A ministra reforçou que muito tem se cobrado da soja nacional, como certificação e rastreabilidade, algo que o Brasil deve avançar e reforçar o compromisso do campo com as legislações. “É dia de comemorar e começar uma safra espetacular. O ouro do agro brasileiro vai ser cada vez mais respeitado, mostrando a qualidade e a sustentabilidade com que produtores plantam e colhem a sua soja”, concluiu.
Ainda no tema sustentabilidade, o chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, defendeu que o Brasil só precisa mostrar os resultados do trabalho dos produtores, que é o mais sustentável do planeta.
De acordo com Nepomuceno, só com fixação biológica de nitrogênio, o Brasil deixou de emitir 180 milhões de toneladas de CO2 equivalente no ano passado. O plantio direto, que é usado em cerca de 60% das lavouras brasileiras, economiza a utilização de maquinário e, com isso, deixaram de ser consumidos 1,3 bilhão de litros de diesel. “Temos que defender isso”, afirmou.