Mãe é condenada a 14 anos e padrasto a 13 anos de prisão por tentativa de homicídio da filha adotiva (vídeo)

Após 15 horas de julgamento, a juíza da 1ª Vara Criminal do Fórum da Comarca de Sorriso, Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, responsável pela Vara de Execução Penal proferiu a sentença à professora e ao padrasto que foram levados a Júri Popular nesta terça-feira, 20/10, sob acusação de tentativa de homicídio contra a filha adotiva, que à época do crime, em 2017, tinha 12 anos de idade, quando a garota teria sido enforcada com o fio de um ventilador. A princípio o caso foi apontado como tentativa de suicídio.

O defensor Marcos Rogério Mendes se pronunciou após o julgamento e disse que a defesa está tranquila e que vai recorrer da sentença do júri, que considerou exacerbada por ter sido julgado contrariamente às provas apresentadas. Ele disse que vai buscar a anulação do júri. “A tese defendida é que houve uma tentativa de suicídio por enforcamento”, citando a perícia apresentada de que seria tentativa de suicídio. Segundo ele vai tentar a nulidade do júri por força das provas do processo. Segundo ele, há provas no processo de crime de maus tratos, mas não tentativa de homicídio, porque não houve vontade de matar.

O promotor de Justiça do Ministério Público, Luiz Fernando Rossi Pipino também se pronunciou e afirmou que a decisão do Tribunal do Júri foi uma decisão adequada, justa e acertada proporcional a conduta praticada: “O padrasto e a mãe tentaram matar a menina asfixiada no dia 30 de agosto de 2017, em ambiente doméstico familiar. O conselho de sentença valorou as provas, apreciou as teses ventiladas Acertadamente condenou os réus pelo crime de homicídio tentado quadruplamente qualificado. À mãe foi concedido o direito de recorrer em liberdade. Ela foi condenada a 14 anos e o padrasto a 13 anos de reclusão por ter tentado matar a filha em ambiente familiar, juntamente com o padrasto. O padrasto continua preso, mas a mãe conseguiu entrar com recurso e recorrer em liberdade”.

Segundo o promotor, todas as provas apresentadas descartam a tentativa de suicídio pela menina: “Todo o arcabouço probatório produzido na relação processual , o laudo pericial, relatórios policiais de investigação, oitivas das conselheiras tutelares, das psicólogas, das profissionais e da equipe técnica do abrigo que monitoraram e cuidaram dessa menor, cuidaram dessa adolescente, inclusive a fala do perito ouvido na fase judicial, que não só manifestou em seu laudo, mas também foi ouvido na etapa do contraditório e todas as provas são bem seguras, robustas e incriminatórias que comprovaram  a tentativa de homicídio praticada contra a menina”.

À época, a adolescente de 12 anos chegou a ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da capital.  Os suspeitos foram detidos pela Polícia Civil de Sorriso. O homem foi detido em casa e a mulher, professora, foi presa na escola onde trabalhava. O promotor relatou como foi o depoimento da menina: “A menina relata desde algum tempo, desde dezembro de 2017, depois em maio e outubro de  2018, em depoimentos sem danos, sempre amparada por profissionais, por psicólogos, em escutas mediadas, escutas monitoradas e ela sempre foi muito tranquila e uníssona no sentido de sem titubear que naquele fatídico dia o padrasto teria ,com um fio de ventilador asfixiado e provocado o enforcamento, porque tinha mexido em uma caixa de DVD do padrasto e que ele não teria gostado e por isso o castigo e a mãe  a tudo assistia e presenciava e ao invés de proteger e amparar assistia a tudo pacificamente cantarolando hinos evangélicos, enquanto a filha morria asfixiada”.

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