A 3ª Promotoria de Justiça Cível de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Luft Logistics Agribusiness, pedindo a condenação da empresa ao pagamento de R$ 40 milhões por danos extrapatrimoniais coletivos causados à população de Sorriso. A ação foi motivada pelo armazenamento irregular de toneladas de agrotóxicos, o que provocou um incêndio de grandes proporções, contaminando o solo, lençol freático e o ar da cidade, que ficou encoberta por fumaça tóxica.
Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), R$ 30 milhões devem ser destinados ao Fundo Municipal de Saúde de Sorriso para investimentos na atenção básica à saúde, enquanto R$ 10 milhões irão para o reaparelhamento do Corpo de Bombeiros, visando melhorar o combate a incêndios e emergências com produtos perigosos. A empresa também foi acionada para custear tratamentos de saúde aos bombeiros que atuaram no combate ao incêndio.
O MP solicitou ainda medidas liminares para que a empresa cumpra uma série de obrigações, como proibir o armazenamento de agrotóxicos em locais inadequados, atualizar o controle de estoque, e manter uma equipe de Brigada de incêndio em funcionamento contínuo. Além disso, o MP pediu a indisponibilidade dos bens da empresa para garantir o pagamento das indenizações.
O promotor de Justiça Márcio Florestan Berestinas relatou que o incêndio, ocorrido em 8 de outubro de 2022, foi combatido por três dias e exigiu o uso de 500 mil litros de água. O combate resultou na contaminação do solo e de lagos próximos, além de causar a mortandade de peixes. Funcionários da empresa e 36 bombeiros foram expostos à fumaça tóxica, com nove bombeiros necessitando de atendimento de urgência.