Operação prende policiais que furtavam e trocavam drogas apreendidas em Cáceres

Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta quarta-feira (7) a Operação Efialtes, que tem como objetivo desarticular um grupo responsável por violar lacres e trocar drogas apreendidas em operações policiais. Ao todo, são 102 mandados e o bloqueio de R$ 25 milhões. Entre os alvos estão 5 policiais civis de Cáceres (225 km ao Oeste de Cuiabá), além de traficantes.

De acordo com as informações divulgadas pela assessoria de imprensa, são 39 mandados de prisão preventiva, 59 buscas e apreensões, além de 4 ordens de suspensão de atividades de empresas utilizadas para lavar dinheiro. Foram sequestrados 14 veículos, 4 imóveis e o bloquei de contas bancárias dos alvos, bem como R$ 25 milhões.

Os mandados estão sendo cumpridos em Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Goiás. Conforme a PJC, a investigação começou há 8 meses após a Corregedoria-Geral receber uma notificação de que, durante a incineração de drogas realizada Delegacia Especializada de Fronteira (Defron), lacres das embalagens da perícia com droga apreendida foram violados. O caso aconteceu em 19 de abril deste ano.

Em alguns envelopes, os criminosos trocaram a droga por areia e gesso. Na época, foi realizada a correição na sala do Defron, onde as drogas ficavam armazenadas. Foi identificado um plástico violado, com diversos tabletes. Para a surpresa dos policiais, se tratava de algo semelhante a isopor. Todos os lacres violados passaram por perícia e foi constatado que toda a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron foi substituída por isopor, gesso e areia.

Policiais no esquema

Corregedoria afirmou que ficou clara a prática da conduta criminosa, de forma planejada, com a participação de policiais. Ao menos 3 grupos foram identificados no esquema: policiais e seus auxiliares, traficantes e os responsáveis pela lavagem de dinheiro.

Os policiais faziam o furto e a troca da droga. Já os traficantes compravam os produtos e faziam o transporte. Por fim, o grupo que lavava dinheiro utilizava empresas e laranja para o ato. Entre os policiais, estão 5 lotados na 1º Delegacia de Cáceres e na Defron. Um dos alvos foi preso em agosto em outra operação.

O segundo passo da operação identificou o caminho da droga e do dinheiro. A droga era enviada para Uberlândia, Maranhão e Piauí. Já as empresas utilizadas para lavar dinheiro foram instaladas no Tocantins e em Mato Grosso – Cáceres e Mirassol D’Oeste.

Nome da operação

Efialtes é uma referência ao personagem que se tornou célebre por trair a confiança do rei espartano Leônidas, em 480 a.C., ajudando o rei persa Xerxes, inimigo de Esparta, a encontrar um caminho alternativo no desfiladeiro das Termópilas, assim agindo, visando obter vantagem indevida (recompensa). Neste caso, uma analogia aos policiais civis que traíram a confiança que lhes foi depositada pelo Estado, pela sociedade e pela instituição Polícia Civil, para, da mesma forma, obter indevida vantagem econômica.

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