Pacientes denunciam demora e maus-tratos na UPA de Sorriso na noite de domingo, enquanto direção atribui atendimento lento ao excesso de casos graves e alta demanda simultânea.
A noite deste domingo (26) foi marcada por reclamações de pacientes que buscavam atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sorriso. A imprensa foi acionada por usuários que denunciaram demora excessiva e episódios de desrespeito por parte de funcionários.
Rosivaldo, morador do município há 12 anos, relatou ter presenciado uma mãe implorando ajuda para a filha que passava mal. Segundo ele, a atendente teria se recusado a prestar auxílio imediato.
“Tem uma criança que passou mal e a menina do atendimento tratou mal a paciente. A mulher veio pedir: ‘por favor, me ajuda, minha criança está passando mal’. A outra levantou e mandou voltar para a cadeira e esperar. A criança morrendo e ela dizendo que ia chamar a polícia”, desabafou.
Ele ainda afirmou que o segurança “bateu a porta na cara da mulher”, classificando a situação como “uma falta de respeito”. Outros pacientes também relataram espera de mais de quatro horas na recepção.
Em entrevista, o diretor da UPA, Wesley Romão, reconheceu que o domingo foi de atendimento sobrecarregado, motivado por diversos eventos realizados na cidade, que acabaram elevando a demanda de forma repentina.
“Vários pacientes foram trazidos de uma vez só pelo SAMU e Bombeiros. Tivemos eventos graves, com entubação de uma criança e de um adolescente. Isso exige maior atenção e deslocamento das equipes para o box de emergência”, explicou.
Romão reforçou que o número de profissionais não estava reduzido e que cerca de 250 atendimentos foram realizados apenas no domingo.
“O que houve foram situações adversas, emergências, que são justamente o papel da UPA”, afirmou.
Sobre as denúncias de maus-tratos, o diretor disse que será necessário apurar os fatos.
“Precisamos ouvir os dois lados. Quando há demora, normalmente nossos atendentes são agredidos verbalmente. A população precisa entender que, se está demorando, é porque algo mais grave está acontecendo dentro da unidade”, destacou.
Para diminuir a superlotação, ambulâncias da Secretaria Municipal de Saúde foram acionadas ainda durante a noite para transferir cerca de 20 pacientes à “Upinha” da Zona Leste, onde havia três médicos de plantão para reforçar o atendimento.