Mais de 5,69 milhões de hectares. Este deve ser o tamanho da área cultivada com milho em Mato Grosso na segunda safra 2020/21. O salto de 5% em relação ao ciclo passado é reflexo da atual conjuntura do mercado do grão, com demanda aquecida e preços em patamares recordes. Também colaboram para este avanço a previsão de menor aposta no cultivo de algodão e a continuidade da conversão de áreas de pasto em lavouras, principalmente nas regiões norte e nordeste do estado.
A expansão leva em conta ainda a decisão de agricultores como o Anderson Matte, que vai voltar a apostar no grão depois ficar duas safras sem plantar milho. Na fazenda dele, em Canarana, o cereal deve ocupar pelo menos 800 hectares. “Nós vamos voltar a plantar de novo, ano passado plantamos 100% da área com gergelim. Este ano está previsto fazer 40% da área com milho. Essa decisão foi tomada devido à melhora de preço desse milho… se tornou viável de novo o plantio na região, apesar dos insumos e dos químicos terem acompanhado este preço. Vamos acreditar que esses preços vão se manter e voltar a dar lucratividade para o produtor. Talvez a gente até essa porcentagem da área em milho segunda safra, vamos aguardar o plantio da soja para ver se vai abrir janela para plantio maior dessa safrinha de milho”, comenta o agricultor.
Considerando a produtividade média prevista pelo Imea, que é de 106,28 sacas por hectare, a produção de milho pode chegar a 36,29 milhões de toneladas. Um novo recorde, quase 2,4% acima do volume colhido este ano. Se a projeção for confirmada, primeira vez a produção de milho será maior que a de soja em Mato Grosso, que deve girar em torno de 35,18 milhões de toneladas.