Um ónibus sem identificação de empresa chamou a atenção de uma equipe da Polícia Rodoviária Federal da Unidade Operacional de Sorriso ao realizar um ultrapassagem em local sinalizado com faixa dupla contínua amarela no km 738 da BR-163, em Sorriso/MT, mesmo havendo uma viatura da PRF logo atrás do veículo, o condutor do ônibus realizou ultrapassagem em local proibido gerando grave risco de acidente.
A atitude imprudente do condutor do veículo culminou com uma abordagem na Unidade Operacional da PRF no km 733 da BR-163 no mesmo município. Durante a fiscalização foi constatado que o veículo transportava 29 passageiros, sendo 6 crianças de colo, que seguiam de Sorriso para o Estado do Maranhão. Durante a conferência da documentação, foi constatado que o condutor não era habilitado para realizar aquele tipo de transporte, o veículo não possuía qualquer tipo de autorização para realizar o transporte interestadual remunerado de pessoas, e ainda, encontrava-se em péssimas condições sanitárias e de conservação para realizar um transporte de pessoas por tão longo percusso.
Além da falta de documentos, autorizações e habilitações, também foi constatado que o sistema de iluminação traseira do ônibus estava completamente inoperante, o veículo não possuía tacógrafo (equipamento que controla a velocidade desenvolvida pelo veículo), não possuía roda sobressalente (estepe), transitava com o parabrisa dianteiro trincado e, ainda, encontrava-se equipado com luzes proibidas no sistema de iluminação dianteiro.
Diante das diversas irregularidades, em especial a que dizia respeito ao transporte remunerado de pessoas ao arrepio da legislação vigente, o veículo retornou à cidade de Sorriso onde todos os 29 passageiros, e seus pertences, desembarcaram na rodoviária da cidade. Na sequência ônibus foi removido ao pátio de retenção contratado pela PRF, em cumprimento às prescrições do Código de Trânsito Brasileiro.
Ao longo dos últimos meses a Polícia Rodoviária Federal, e demais órgãos de fiscalização no município de Sorriso têm dado especial atenção ao trânsito de ônibus piratas na região. Esses serviços são geralmente prestados por empresas clandestinas, ou seja, não habilitadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), os veículos utilizados possuem mais de 20 anos de vida, portanto , não habilitados a prestarem esse tipo de serviço, geralmente transitam em péssimas condições de manutenção, conservação e limpeza, e são conduzidos por pessoas não habilitadas, sem vínculo empregatício com os exploradores do serviço e também, submetidas a jornadas de trabalho extenuantes, que ultrapassam o limite da capacidade humana, tornando o transporte clandestino uma verdadeira roleta russa.
A Polícia Rodoviária Federal recomenda, com muita severidade, a não utilização de serviços de transportes rodoviários de passageiros não autorizados pelos órgãos competentes, os chamados transportes clandestinos, cuja principal característica é o custo da passagem, geralmente correspondendo a valores muito abaixo dos preços praticados pelas empresas regulares e cumpridoras das legislações vigentes.
