Quadrilha suspeita de estelionatos que aterrorizava produtores na região é identificada e presa

Uma associação criminosa suspeita de falsificar documentos de posse de terras e aterrorizar trabalhadores foi identificada e presa. Uma das vítimas é do município de Cláudia e passou momentos de terror nas mãos dos bandidos.

Segundo informações apuradas e coletadas em documentos judiciais, o mandado de prisão convertido para preventiva é da comarca de Claudia/MT.
Foram presos na cidade União do Sul, Clodoaldo Pinheiros da Silva, Douglas Francisco Diogo, Werder Pedroso de Barros, Aristidis João Ferreira Neto, João Iris Gomes Sousa, Andrea Moraes Braga e Romário Rosa da Silva.

Segundo a Policia Militar, por volta das 18h do dia 04 de agosto, portando armas de fogo, a quadrilha adentrou na Fazenda “Jacinto Simões”, em União do Sul, e capturaram a vítima Iramízio Fonseca Paz. Em seguida, o amarraram com uma corda na traseira da camionete e o arrastaram, e ainda subtraíram a camionete Ford Ranger placas HRR 3563 e um trator CBT 2105.
Na sequência, levaram a vítima até a sede da fazenda “Viúva”, local em que lhe acarretaram intenso sofrimento físico e psicológico por meio de agressões e intimidações, a fim de que a vítima declarasse que as terras não pertenciam a seu patrão, Ricieri Thieme, vulgo Paraguai. As ações foram gravadas em vídeo-chamada realizada pelos conduzidos para o Sr. Ricieri, que foi ameaçado de morte diversas vezes.

A Polícia Militar foi acionada e em rondas na zona rural localizou os conduzidos em posse de diversas armas de fogo como: um revólver Taurus calibre .357, uma espingarda, calibre 12, uma pistola 9mm, rádio comunicador, cheques, placas balísticas, dinheiro e aparelhos de telefone celular.

A vítima relatou, ainda, que os conduzidos chegaram ao local em um veículo Toyota SW4 de cor preta, sendo 7 homens e 1 mulher, todos os homens armados, um amigo da voitima estava no local, porém conseguiu fugir para mata.

Toda a ação teria sido motivada pela disputa da posse/propriedade da área, reivindicada pelo advogado Pedro Pereira, que é advogado e seria o ordenador da invasão e líder dos conduzidos.
O objetivo das agressões e ameaças é, possivelmente, grilagem de terras de maneira fraudulenta e com emprego de violência.

De que forma agia a quadrilha
O modus operandi da organização criminosa consiste em adquirir títulos de propriedade rural que não possuem área física, e após localizarem fazendas de particulares que ainda não possuem georreferenciamento.
Ato continuo certificam o georreferenciamento do título fraudulento sobre a área de terceiros (proprietários ou possuidores legítimos) e imediatamente fazem boletim de ocorrência alegando suposta invasão que absurdamente alegam que é praticada pelos proprietários legítimos ou possuidores e posteriormente ingressam em juízo com ações possessórias ou reivindicatórias.
O próprio advogado é suspeito de ser o líder da quadrilha é quem peticiona e organiza a documentação fraudulenta com a participação de um engenheiro agrônomo e arrola como testemunhas os próprios membros da quadrilha, a exemplo de Jão Iris Gomes, vulgo “João Li”, seu braço direito, bem como Zilda de Lima Silva, conhecida por “viúva” de União do Sul que seria a encarregada de indicar as áreas rurais de terras a serem invadidas pelo bando.
Do mesmo modo ainda a quadrilha se utiliza de meios fraudulentos para construir narrativa fática de supostas posses de áreas rurais de terceiros, a exemplo de lavratura de escrituras públicas de cessão de direitos possessórios onde há transmissão de posse de entre membros da quadrilha, a exemplo de transmissão de posse em favor de um dos investigados ou por intermédios de empresas constituídas para a finalidade criminosa.
Logo após reunir a documentação fraudulenta, através de empresas abertas com a finalidade de praticar os crimes, transfere as propriedades e posse para as pessoas jurídicas de sua titularidade, para dar ar de legalidade e obter decisões judiciais liminares favoráveis em seu intento criminoso.
A quadrilha é suspeita de agir em todo o Estado de Mato Grosso, onde se podem constatar dos processos das Comarcas de NOVA UBIRATÂ, PORTO DOS GAUCHOS, JUARA, UNIÃO DO SUL, SANTO ANTONIO DO LEVERGER, PARANATINGA, SINOP e FELIZ NATAL.
As investigações ainda continuam para apurar crimes do mesmo mdo em outras regiçoes do estado.

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