Quarentena obrigatória não diminui ritmo de infecção, mas aumenta número do desemprego em Mato Grosso – diz Fecomércio

O efeito Covid-19 na vida dos brasileiros forçou prefeitos e governadores de todo o país a tomarem decisões que afetam a economia. O reflexo disso pode ser visto no derretimento de vagas de trabalho, que, nos cinco meses de 2020, já acumulam um saldo de 1,14 milhões de empregos perdidos.   

Os mais afetados foram trabalhadores do setor do comércio (-446.584), de serviços (-442.580), seguidos da indústria geral (-236.410) e da construção (-44.647). Apenas a agricultura se manteve com saldo positivo no período (25.430). 

Nos municípios em Mato Grosso, as decisões tomadas pelos Poderes Executivo e Judiciário – como fechamento de lojas consideradas não essenciais – frearam a geração de emprego já no mês de março. De lá para cá, o estado já acumula um saldo de -1.978 postos de trabalho encerrados, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

Somente na capital, onde o prefeito decretou fechamento do comércio em abril, houve um saldo de -3.346 empregos perdidos. No mês seguinte, já com o afrouxamento das medidas no comércio, o saldo, apesar de ainda negativo, foi menor (-644). 

Com a decisão de fechar o comércio novamente, assim como em outras regiões do estado, observou-se um salto no número de casos da doença no estado, que já se aproxima de 32 mil, segundo os números disponibilizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). 

Somente nos primeiros 15 dias do mês, houve aumento de 75,5% no número de casos, de 17.401 no dia 1º para 30.536 casos até o dia 15. A falta de preparado do estado para suportar o aumento de casos elevou a taxa de ocupação de leitos de UTIs, que já chegam a 93,1%. 

Estados do Centro-Oeste 

A região Centro-Oeste, também nos cinco primeiros meses do ano, já acumula um saldo negativo de -34.245 vagas de trabalho. Distrito Federal lidera no saldo de postos de trabalho que deixaram de existir (-23.684), seguido de Goiás (-7.268), Mato Grosso do Sul (-3.177) e, por último, Mato Grosso (-1.978). 

Somente no mês de abril, foi registrado o pior desempenho para todos os estados da região. Somente em Mato Grosso, houve, no período, 14.700 admissões contra 27.100 desligamentos, totalizando um saldo negativo de 12.400 empregos perdidos.  

O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, lamenta as decisões tomadas pelos gestores públicos e acrescenta que a falta de diálogo com as entidades de classe não favoreceu em nada a manutenção dos empregos no estado. “Muitas das decisões foram tomadas na hora errada e, inclusive, sem consultar os representantes sobre o que estávamos já fazendo para minimizar o contágio da doença. Tudo para preservar o maior número de empresas e, consequentemente, de empregos”. 

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