Com melhorias estruturais concluídas e à espera do credenciamento do CMDCA, a Sonho Meu busca apoio para manter os atendimentos de equoterapia, enquanto Prefeitura, Legislativo e Judiciário se unem para garantir que o serviço não seja interrompido em Sorriso.
A necessidade de assegurar que crianças e adolescentes continuem recebendo atendimento em equoterapia motivou uma reunião na manhã desta quarta-feira (29), no auditório do CEMFOR, reunindo representantes da Associação de Reabilitação e Esporte Equestre Sonho Meu, do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), do Judiciário, do Legislativo e da Prefeitura de Sorriso.
Atualmente, a Sonho Meu está impedida de participar dos editais do Fundo do CMDCA por ainda estar concluindo seu processo de credenciamento — condição obrigatória para o repasse de recursos públicos. A adequação às normas exigia a construção de banheiros e de rampa de acessibilidade, melhorias que foram recentemente finalizadas com apoio de parceiros. Assim, o Conselho deverá realizar nos próximos dias uma vistoria na sede para então dar prosseguimento à tramitação.
A secretária de Assistência Social, Daniela Marsola Stel, apresentou um balanço dos investimentos públicos destinados à instituição nos últimos anos: R$ 39.312 em 2020; R$ 80 mil em 2021; R$ 199.831,67 em 2022; R$ 218.791,92 em 2023; e R$ 505.839 no ano passado, todos via Fundo do CMDCA. Além desses valores, também foram encaminhadas emendas impositivas da Câmara de Vereadores — R$ 200 mil em 2022 e R$ 278 mil em 2024.
Como alternativa imediata para garantir que os atendimentos não sejam interrompidos, o vereador Wanderley Paulo se comprometeu a articular na Câmara a devolução de R$ 150 mil do duodécimo, recurso que ajudaria a custear despesas emergenciais até que o novo edital seja lançado. A previsão do CMDCA é abrir ainda no próximo mês uma chamada específica para o serviço de equoterapia, permitindo que a Sonho Meu concorra assim que o credenciamento for oficializado.
O prefeito Alei Fernandes reforçou que o Município está empenhado em encontrar uma solução dentro de todas as exigências legais. Essa posição foi compartilhada pela juíza da Vara da Infância e Juventude, Emanuelle Navarro Mano, ao lembrar que a renovação do registro junto ao CMDCA possui validade de quatro anos e deve ser acompanhada de perto tanto pelo Conselho quanto pelas instituições atendidas. Já a primeira-dama e secretária da Mulher e da Família, Mara Fernandes, destacou a relevância da Sonho Meu e afirmou ter buscado contribuir diretamente para as melhorias estruturais, reconhecendo o papel decisório do CMDCA.
O presidente do Conselho, Renato Ferreira, enfatizou que todo o trabalho envolve ação integrada entre poder público e sociedade civil, sempre orientado pela garantia de direitos de crianças e adolescentes.
Mães presentes no encontro relataram a importância da instituição para o desenvolvimento de pacientes dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Idealizadora da Sonho Meu, Joeli Gomes Machado, a “Jô da Equoterapia”, explicou que a equipe está se profissionalizando para cumprir todos os requisitos legais e ampliar a captação de recursos, incluindo tratativas com deputados e empresários da cidade.