A Secretaria de Saúde divulgou ontem, 18 de junho, o boletim 08/2024 com dados preocupantes sobre dengue, chikungunya e zika vírus. Os novos números continuam em ascensão, com 579 confirmações para chikungunya, 536 para dengue e uma para zika vírus.
A preocupação da equipe de saúde com o aumento de casos é constante. Em junho, por exemplo, no bairro Mário Raiter, os agentes de combate a endemias (ACEs) já percorreram 16,5 quilômetros – cobrindo 98% do bairro com bombas costais para a realização de bloqueio de casos. A mesma ação foi realizada nos bairros Novos Campos, São Domingos, Jardim Alvorada, Morada do Bosque e Boa Esperança I e II.
Com os relatórios em mãos, a enfermeira e coordenadora de Vigilância em Saúde, Taynná Vacaro, destacou o sinal de alerta para o Município, principalmente em relação à chikungunya. “Nunca havíamos passado por uma epidemia de chikungunya como agora; em 2023, durante todo o ano, foram apenas dois casos e agora, em menos de seis meses, já estamos com 579 registros, é assustador”, afirmou Taynná.
Dentre os bairros com maior número de casos confirmados para dengue estão o Rota do Sol com 34; Novos Campos com 25; e São Mateus e Primavera I com 24 casos. Já os bairros com maior incidência de chikungunya são Industrial I com 73 casos; São Mateus com 44; e São Domingos com 41 registros.
Além dos casos confirmados, 766 situações estão em investigação para dengue; 77 para chikungunya e uma para zika vírus. Estas são situações em que ainda não há diagnóstico fechado, incluindo pacientes em tratamento, aguardando o tempo correto para coleta de material para exames, ou aguardando o retorno dos resultados do Laboratório Central (Lacen).
O Projeto Casulo, Jardim das Acácias e Industrial Nova Prata têm os maiores índices larvários, com 10,96%; 10,71%; e 10,45%, respectivamente. O recomendado pelo Ministério da Saúde é que esse número não ultrapasse 1%. Taynná Vacaro enfatizou a necessidade de eliminação dos criadouros do Aedes aegypti: “Desde o início do ano vínhamos alertando para a necessidade da colaboração de todos para evitarmos o aumento no número de casos, precisamos interromper o ciclo de proliferação do mosquito”, alertou.
A grande procura por atendimentos na rede de saúde hoje é relativa aos sintomas de chikungunya, como dor intensa e edemas nas articulações, dor nos olhos, dor nas costas, manchas vermelhas pelo corpo e coceira intensa. “A recomendação é que ao apresentar um desses sintomas, a pessoa procure apoio clínico da saúde”, aconselhou a enfermeira.
A coleta de resíduos sólidos é ofertada pela Prefeitura para ajudar na limpeza dos quintais. O serviço recolhe móveis e eletrodomésticos velhos e inservíveis, assim como restos de limpeza de jardins, incluindo folhas e restos vegetais que podem servir como criadouro de insetos e animais peçonhentos.
Além da preocupação com o aumento de casos e do índice larvário, outra preocupação é a quantidade de lixo encontrada nos quintais, relatada pela equipe de agentes de combate a endemias (ACEs). O acúmulo de lixo também esconde animais peçonhentos, como cobras, ratos, aranhas e escorpiões. A coordenadora do departamento de Vigilância em Saúde Ambiental, Claudete Damasceno, fez um apelo: “Nossas equipes passam e repassam e continuamos encontrando lixo e focos em situações que se repetem, estamos fazendo um apelo para a população nos auxiliar e fazer a sua parte”.
Reveja algumas dicas da equipe para evitar a proliferação do mosquito em casa e no trabalho:
- Retire os pratinhos nos vasos de plantas e faça furos nos vasos para vazar a água.
- Coloque terra ou areia até a borda nos vasos.
- Mantenha a caixa d’água fechada.
- Retire as embalagens plásticas ou celofane usados em flores e arranjos naturais e de plástico.
- Não deixe recipientes como copos, garrafas, embalagens ou sacos plásticos pelo quintal.
- Descarte o lixo somente em lugares adequados – inclusive quando estiver na rua.
- Verifique a situação das calhas de sua residência