Maio foi o mês com maior número de casos de chikungunya em Sorriso, com 1.320 confirmações, muitas das quais validadas apenas em setembro pelo Laboratório Central (Lacen)
Com a chegada do período chuvoso, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) reforça a importância de eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. Segundo Claudete Damasceno, coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental, este é o momento ideal para que a população revise quintais, terrenos e estabelecimentos comerciais. “Estamos no começo da temporada de chuvas, por isso é essencial eliminar criadouros agora e manter essa atenção de forma contínua”, alerta. “Atualmente, não registramos pico de arboviroses e queremos manter essa situação”, acrescenta.
De acordo com o boletim quinzenal de arboviroses, maio foi o mês com maior número de casos de chikungunya em Sorriso, com 1.320 confirmações, muitas das quais validadas apenas em setembro pelo Laboratório Central (Lacen). Desde janeiro, o total de casos confirmados chegou a 3.304. Os dados, atualizados nesta manhã (24), foram divulgados pela Semsa por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) e constam no Sistema Sinan On-line.
Claudete destaca que abril também registrou alta incidência, com 668 confirmações. O relatório mostra a evolução dos casos: janeiro – 60; fevereiro – 88; março – 232; abril – 668; maio – 1.316; junho – 601; julho – 278; agosto – 53; setembro – 4.
Em relação à dengue, já foram confirmados 203 casos: janeiro – 65 (1 com sinais de alarme); fevereiro – 11; março – 13; abril – 19; maio – 61; junho – 16; julho – 17; agosto – 2. Para zika, foram investigados 25 casos, com apenas uma confirmação em setembro, sendo os demais descartados.
Atualmente, os bairros com maior número de registros de chikungunya são: Vila Bela (257), Rota do Sol (201), São José (159), Nova Aliança I (148), Jardim Amazônia (145) e Novos Campos (137). O antigo distrito de Boa Esperança, agora município vizinho, registrou 376 casos, mas ainda aparece vinculado a Sorriso no sistema do Ministério da Saúde. Quanto à dengue, Rota do Sol e Jardim Amazônia lideram com 15 e 13 casos, respectivamente, enquanto o único registro de zika ocorreu no bairro União.
Fase aguda e crônica
O secretário de Saúde, Vanio Jordani, lembra que a chikungunya não se limita à fase aguda: “Alguns pacientes continuam sentindo dores por mais de seis meses”. Ele reforça que qualquer pessoa com suspeita de arboviroses deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS), onde receberá atendimento clínico e orientação adequada.
Eliminando criadouros
A melhor forma de prevenção é impedir a reprodução do mosquito. “A água parada, limpa ou suja, é o ambiente perfeito para a proliferação do Aedes aegypti”, alerta Vanio Jordani. As equipes de Vigilância em Saúde Ambiental realizam diariamente ações de orientação e fiscalização.
Claudete Damasceno explica que alguns comércios estratégicos resistem à fiscalização, justamente por armazenarem materiais de forma inadequada. “Também encontramos residências que não permitem a visita dos agentes de combate a endemias. Nosso objetivo é conscientizar e orientar, não aplicar multas, mas precisamos que a população nos receba para realizar o acompanhamento”, afirma.
Durante as visitas, larvas são coletadas e testadas. Caso o criadouro seja confirmado, os responsáveis são informados para monitorar o surgimento de casos e eliminar possíveis focos adicionais. Atualmente, os principais problemas detectados são água servida e sujeira nas bocas de lobo, ambientes propícios para a reprodução do mosquito.
Cuidados semanais
A orientação é dedicar cerca de dez minutos por semana para inspecionar o espaço onde se vive ou trabalha. Além do Aedes aegypti, o acúmulo de lixo pode atrair animais peçonhentos, como cobras, escorpiões, ratos e aranhas.
Denúncias e coleta de resíduos
Situações de criadouros, água descartada irregularmente ou lixo em locais impróprios devem ser comunicadas à equipe técnica ou diretamente ao Núcleo Integrado de Fiscalização (NIF), pelo número (66) 99927-2611.
É fundamental acompanhar o calendário de coleta de resíduos sólidos, incluindo móveis, eletrodomésticos velhos e restos de jardins. A destinação correta evita a formação de criadouros para mosquitos e outros animais peçonhentos.