Sorriso: médica pneumologista alerta sobre riscos do uso dos cigarros eletrônicos (vídeo)

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu no início do mês, manter a proibição vigente desde 2009 para comercialização, importação e propaganda dos dispositivos eletrônicos para fumar.  

O R9News conversou sobre o tema com a médica pneumologista Dra. Simone Gomes de Oliveira.  “É importante a gente saber um pouco sobre o que é o DEF – dispositivo eletrônico para fumar. Desde o início das vendas em 2003, eles vem sendo modernizados. A maioria deles é composto pior uma bateria e um refil recarregável. Os mais modernos são assim. No início foi colocado que seria um dispositivo que não teria nicotina nem tabaco, para ser utilizado para parar de fumar”, explicou.  

Segundo a médica sabe-se que o uso dos dispositivos está longe desta ideia. Ela explica que as indústrias de tabaco e cigarro perderam muitos adeptos nos últimos anos devido a campanhas de conscientização. “Enquanto houve esta perda para as indústrias houve necessidade de novos consumidores. Isso vem há muitos anos como vimos com o Narguile e agora o cigarro eletrônico. Tem aumentado muito o uso principalmente entre os jovens, porque acham que é um dispositivo inocente, mas não é. Muitos tem nicotina e tabaco e os que vem com a falsa ideia de que não tem nicotina não são fiscalizadas, então não tem como saber o que vem ali dentro e o que está sendo consumido. Aromatizantes e outros produtos, às vezes até drogas ilícitas são colocadas nestes refis. Quando as baterias aquecem esse refil os produtos podem se transformar em substâncias cancerígenas, podendo chegar aos locais mais profundos do pulmão”, afirmou.  

Segundo a médica, adolescentes e jovens não consideram que o uso do cigarro eletrônico equivalha ao ato de fumar, entretanto, pneumonias químicas e queda nas defesas do pulmão, além de crises de asma são algumas consequências que podem ser enfrentadas por quem usa o dispositivo. 

Em Sorriso, o número de pacientes tem aumentado. “Atendemos diversos casos, a maioria adolescentes, com manifestações respiratórias devido ao uso dos cigarros eletrônicos. Quando perguntamos se o paciente fuma, a maioria diz que não. Quando insistimos eles dizem que usam os eletrônicos, mas não associam isso ao cigarro”, disse a pneumologista. 

Ela destacou sua preocupação com a desinformação da população em relação a estes dispositivos. “A desinformação dos responsáveis traz um desconforto para nós. Os pais ou responsáveis às vezes não sabem o mal que aquilo faz. Dizem que preferem o adolescente fundando os eletrônicos do que cigarros. Mas, o mal pode ser pior do que o cigarro, porque o número de tragadas é muito maior e a gente não sabe quais substâncias estão naquele dispositivo. E no aquecimento da bateria pode ser liberado chumbo, acetona, derivados de arsênio, níquel, óxido nítrico, entre outros”. 

Orientação 

A médica alerta para a importância de os pais conversarem com os filhos sobre o uso dos dispositivos: “É um produto tóxico, não é um produto inocente e tem que orientar os filhos. A Anvisa proibiu a comercialização. Não se entende bem como chega para os adolescentes. Como pneumologista sempre orientamos de forma clara e incisiva orientando para não utilizar os dispositivos”.  

Segundo a médica, os usuários podem se tornar dependentes dos dispositivos eletrônicos e até de cigarros comuns. “Não tem como prever, mas é uma porta de entrada e a propaganda vem muito em cima, porque a indústria quer recuperar estes usuários”.  

Vídeo da notícia

galeria de imagens

Veja também

Talentos em Destaque: Faces Sorriso 2022 Promove Festival de Artes Cênicas

Morbach Pharma oferece tratamento fitoterápico em Sorriso e é referência no estado

Professora de Libras destaca importância da língua para inclusão de surdos em entrevista à Sorriso FM

Vacinação contra a gripe em Sorriso alcança resultados aquém das expectativas

Idosa que estava em veículo que captou na BR-163 em Sorriso morre no hospital

Mãe e filho podem ter matado duas pessoas e ferido padre por briga envolvendo aluguel de imóvel