De janeiro a junho, 943 casos de dengue foram confirmados em Sorriso, 32 deles com sinais de alarme, quando há sintomas como dor abdominal intensa, vômito constante, dentre outros, e que levam a internações. Além de um caso de dengue grave, quando ocorre reação mais drástica do organismo ao vírus, com sintomas como alteração dos batimentos cardíacos, vômitos persistentes e sangramentos, que podem ser nos olhos, gengiva, ouvidos e/ou nariz.
Foram 125 casos em janeiro; 195 em fevereiro; 211 em março; 295 em abril; 78 em maio e 39 em junho. Já os casos de sinais de alerta foram 11 em janeiro; 7 em fevereiro; 4 em março; 3 em abril; 1 em maio e 6 em junho. O caso grave foi registrado em março.
Quando comparados ao primeiro semestre de 2020, há uma leve queda -16,17%. Nos seis primeiros meses de 2020 foram 1.125 casos confirmados, 182 situações a mais do que em 2021. No período também foram registrados 38 casos de dengue com sinais de alarme e agora 32; contudo, no período não ouve registro de casos graves. Durante todo o ano de 2020, Sorriso contabilizou 1.424 casos de dengue; 49 deles com sinais de alerta.
Além da dengue, enfermidades como Zika e Chikungunya também foram registradas. Do início do ano até o momento, são 10 casos – 1 em fevereiro, 3 em março e 6 em abril; já da Chikungunya foram 4 registros – 1 em janeiro; 2 em março e 1 em abril. No ano passado foram notificados dois casos de Zica, já de Chikungunya não houve registros.
O coordenador de Vigilância Ambiental, Júnior Antônio de Barros, pontua que independente do número de casos ter apresentado uma pequena queda, os cuidados preventivos devem permanecer os mesmos. “Por isso, salientamos mais uma vez a importância da população nos auxiliar mantendo os ambientes limpos”.
Júnior acrescenta que o cuidado para evitar criadouros do Aedes aegypti, é uma preocupação constante da Secretaria de Saúde e Saneamento.
“Estamos atentos o ano todo; inclusive agora. Nosso foco não está somente nos meses chuvosos; precisamos que a população também compactue com isso e nos auxilie tanto na época de chuvas quanto de estiagem como agora”.
O coordenador salienta que hoje os bairros com maior índice larvário são o Bela Vista; Centro; Novos Campos; Rota do Sol; São Mateus e Vila Bela. Somente no Rota do Sol foram registrados 90 casos de dengue no primeiro semestre de 2021; no Centro são 63 ocorrências.
“Nesses pontos estamos encontrando o maior índice larvário, porém destacamos que toda a população, independente do bairro, precisa estar atenta e manter quintal, calhas e terrenos baldios limpos, evitando criadouros não só de Aedes, mas de vários outros espécimes peçonhentos”, frisa a coordenadora de Educação em Saúde, Tayna Vacaro.
Entre os principais pontos com larvas, estão as plantas.
“Registramos muitas larvas em vasos de flores”, alerta Júnior. Por isso, a equipe solicita que os moradores mantenham os pratos de vasos de flores com areia. “E verifiquem qualquer recipiente, grande ou pequeno, que possa acumular líquido”, lembra o coordenador.
Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode levar um período de 10 dias. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana: assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.
Hoje, 35 agentes de combate a endemias atuam no Departamento de Vigilância, 31 deles diretamente à campo. “Mas lembramos a todos que cada um é responsável pelo seu lar; então é essencial que uma vez por semana verifiquem recipientes, calhas, plantas, cisternas, etc., e que toda a população nos auxilie não descartando lixo a céu aberto, pois muito desse lixo acaba entupindo bueiros e servindo como o criadouro ideal para todo tipo de mosquitos e de animais peçonhentos”, aponta.
Uso de inseticida
Júnior pontua que o Departamento tem recebido várias solicitações dos moradores para a aplicação de inseticida devido à grande quantidade de mosquitos na área urbana do município. Porém, o coordenador destaca que há critérios para a aplicação do inseticida. Geralmente, o produto é enviado pelo Ministério da Saúde e só pode ser aplicado quando há ou notificação de caso suspeito ou a confirmação de caso. Sem a notificação não há como aplicar o veneno, pois não haverá a reposição da quantia usada por parte do MS.
Júnior explica ainda que “o veneno mata apenas o mosquito que estiver voando; ele não elimina mosquitos pousados ou as larvas. Então, a melhor recomendação é a eliminação, mantendo tudo limpo”.
O coordenador completa que quando há confirmação de ou suspeitas de casos de dengue, o inseticida é imediatamente aplicado em todo o quarteirão do local de suspeita ou confirmação.
Além da aplicação de inseticida, o Município instituiu o calendário permanente de coleta de resíduos sólidos para descartes e tem realizado mutirões de limpeza para evitar a proliferação tanto do mosquito como de outros animais peçonhentos.