Unimed Cuiabá aguarda investigação do MPF sobre ‘rombo’ de R$ 400 milhões

Após protocolar notícia-crime no Ministério Público Federal (MPF), a Unimed Cuiabá aguarda o órgão iniciar o processo de investigação da gestão passada, que causou um prejuízo de mais de R$ 400 milhões. Segundo o presidente Carlos Bouret, o “rombo” em 2022 deixou dificuldade no caixa da cooperativa. Porém, afirma que a atual gestão está trabalhando em uma  reestruturação e não atingirá o bolso do cliente.

Tudo começou quando a assembleia da Unimed Cuiabá analisou a prestação de contas da gestão do ex-presidente Rubens de Oliveira, após 3 dias de sua derrota. Bouret contou que as falhas nos números apresentados pela gestão anterior foram apontadas, inicialmente, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – que controla a cooperativa.

“Após um balanço, a auditoria apresentou um balanço de R$ 400 milhões e como as cooperativas de saúde, as Unimeds são controladas pela ANS, elas têm responsabilidade com o Ministério Público Federal. Então nós tivemos que apresentar ao MPF uma notícia-crime devido à adulteração no balanço que foi feito pela gestão anterior. Nós seguimos o protocolo e vamos esperar se eles vão acatar ou não. Não poderíamos deixar de fazer isso, pois poderíamos responder por omissão”, disse.

Presidente explicou que existem duas auditorias, uma realizada pela ANS, que já apontou “erros” no balanço 2022. Outra é auditoria fiscal interna, em que a cooperativa contrata uma empresa particular para apontar em detalhes onde há esses erros.

Para a reestruturação da cooperativa de saúde, a gestão atual está limitando gastos nas despesas pessoais, apresentando “descontos” aos prestadores de serviços, além de se houver “sobra” no financeiro aprovado pela assembleia, não haverá distribuição pelos próximos anos aos cooperados.

De acordo com Bouret, a receita anual da Unimed gira em torno de R$ 1,5 bilhão, mas sempre cumprindo as normas da ANS e estão fazendo corte de gastos para tentar reduzir cada vez mais o valor. 

“O principal é a nossa preocupação em manter a estrutura sem nenhum ruído no atendimento ao cliente. Ele vai continuar sendo atendido com toda excelência, sem nenhuma alteração em valores para repor o caixa. Se houver alterações em valores da taxa, é por conta da ANS, onde todo ano há alteração no preço, mas não será para repor um problema em caixa que estamos aqui. Se a Unimed está com problemas no caixa, a dívida é da cooperativa e ela dá um jeito de solucionar o problema”, finalizou.

Auditoria

Auditoria fiscal apontou prejuízos referentes a contratos abusivos, sonegação fiscal e adiantamento e prestadores de serviços realizados na gestão anterior da cooperativa. Com essas inconsistências no caixa, o presidente admitiu que a Unimed Cuiabá acaba tendo prejuízos maiores, porém, foi aprovado em assembleia com um pouco mais de 1.300 cooperados, algumas alternativas para solucionar o problema e não afetar o cliente.

Além de Rubens, o ex-presidente do Conselho de Administração, João Bosco Duarte, e o ex-CEO Eroaldo Oliveira também são suspeitos de omitir informações para os conselheiros fiscais em desacordo com o estatuto da cooperativa.

Outro lado

Ex-presidente Rubens de Oliveira negou todas as inconformidades encontradas em auditoria e disse que essa exposição pode danificar a “imagem” da Unimed.

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