Mato Grosso receberá as primeiras 327 doses da vacina contra a mpox, conhecida anteriormente como Varíola dos Macacos, nesta terça-feira (14), segundo a Secretaria Estadual de Saúde, que estuda a melhor forma de distribuir o imunizante.
O lote será destinado a homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais que vivem com HIV, tenham mais de 18 anos e possuam contagem de linfócitos TCD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde.
O governo federal encaminha quantidade para imunizar 50% do público-alvo e, conforme o estado, as demais doses serão distribuídas conforme o andamento da vacinação e solicitação de cada unidade federativa.
As duas doses da vacina devem ser aplicadas com um intervalo mínimo de 28 dias.
Vacinação no Brasil
No país, são cerca de 47 mil doses disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para uso na população. Em outros estados, profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox] em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade, também serão imunizados.
Já no caso da vacinação pós-exposição ao vírus, receberão as doses pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS.
Em ambos os casos, quem já foi diagnosticado com a mpox ou apresentar uma lesão suspeita no momento da vacinação não deverá receber a dose.
No Brasil, segundo os últimos dados disponíveis, foram notificados 50.803 casos suspeitos para a mpox. Destes, 10.301 casos (20,3%) foram confirmados, 339 (0,7%) classificados como prováveis, 3.665 (7,2%) suspeitos e 36.498 (71,8%) descartados.
Mudança de nome
A mpox era chamada de varíola dos macacos porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos, em 1958. Só foi detectada em humanos em 1970. Entretanto, o surto mundial do ano passado não tem relação nenhuma com os primatas – todas as transmissões identificadas foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.
Por causa disso, no ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um processo de consulta pública para encontrar um novo nome para a doença e assim combater o racismo e estigma provocado pelo nome. Durante o processo, foram ouvidos vários órgãos consultivos até chegar no termo “mpox” (do inglês, “monkeypox”).