O professor teria ordenado um ‘salve’ contra um grupo de estudantes que comentavam sobre seu envolvimento com a facção
Um professor da rede estadual de ensino de Sorriso foi preso na tarde desta segunda-feira (17) sob a suspeita de envolvimento com uma facção criminosa e de ordenar um “salve” contra um grupo de alunos. A Polícia Judiciária Civil (PJC) foi procurada pelas vítimas, que relataram terem sido alvo de sequestro e tortura.
O delegado Bruno França destacou sua surpresa com a situação. “Quando chamamos as vítimas para depor, elas relataram que um professor estaria envolvido e seria o possível mandante do ‘salve’. Segundo os alunos, ele seria integrante da facção e fazia arregimentação entre os estudantes. Como o nome dele começou a ser comentado, decidiu mandar sequestrar e punir as vítimas.”
A investigação levou à apreensão de uma aluna apontada como uma das sequestradoras. “Ela imediatamente confessou a participação e revelou os demais envolvidos. Segundo seu depoimento, todos temiam o professor e ela teria sido coagida a participar do crime”, explicou o delegado.
As suspeitas contra o professor se fortaleceram devido ao seu histórico com a polícia. “Já sabíamos quem ele era. O primeiro homicídio do ano em Sorriso ocorreu no bairro Amazonas, e os autores foram presos na casa dele. No local, encontramos cocaína, maconha e a arma do crime, um revólver .357. Na época, não havia elementos para mantê-lo preso, mas ficamos atentos. Agora, com esses novos fatos, tivemos convicção de que as acusações poderiam ser verdadeiras”, relatou Bruno França.
O professor foi detido dentro da escola onde trabalhava. “Até o momento, ele está preso por integrar organização criminosa, sequestro e tortura. Seguimos investigando para identificar se há outros crimes associados.”
O delegado também enfatizou a gravidade do caso. “Todos aqui são vítimas, tanto os alunos que sofreram tortura quanto os menores arregimentados para o crime desde cedo.”
O professor não quis se manifestar no momento da prisão e deverá ser interrogado pelas autoridades nos próximos dias.