A decisão, baseada em parecer do Ministério Público, negou o pedido da defesa para transferir o júri para Cuiabá, sob alegações de insegurança e imparcialidade
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) negou o pedido de transferência do julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de matar brutalmente Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas três filhas — Miliane (19), Manuela (13) e Melissa (10) — no dia 24 de novembro de 2023, em Sorriso. O réu também responde por estupro de três das vítimas.
A decisão do TJMT acolheu o parecer da Procuradoria Criminal Especializada do Ministério Público Estadual (MPMT), assinado pelo procurador de Justiça João Augusto Veras Gadelha, e manteve a realização do júri popular na comarca de Sorriso, onde o crime ocorreu.
A defesa havia solicitado o desaforamento, pedindo que o julgamento fosse transferido para Cuiabá, sob alegação de falta de imparcialidade dos jurados e suposto risco à integridade física do acusado. No entanto, o Ministério Público argumentou que não há fundamentos legais que justifiquem a mudança de comarca, reforçando que a Justiça deve ser feita no local dos fatos. Além disso, o juiz da comarca de Sorriso não manifestou objeções à realização do julgamento na cidade.
O julgamento está previsto para o dia 7 de agosto. Gilberto foi preso em flagrante no mesmo dia em que os corpos foram encontrados. Ele trabalhava em uma obra próxima à casa das vítimas e vinha observando a rotina da família. Na noite do crime, invadiu a residência, assassinou a mãe e depois as filhas, além de cometer os estupros. Com o acusado, a Polícia Civil encontrou uma peça íntima de uma das vítimas.
Além da chacina, Gilberto acumula outras condenações. Em maio de 2025, foi sentenciado a 17 anos de prisão pelo homicídio do jornalista Osni Mendes Araújo, ocorrido em 2013 em Mineiros (GO). Em março deste ano, também foi condenado a 22 anos de prisão por invadir a casa de uma mulher em Lucas do Rio Verde, estuprá-la sob ameaça, tentar matá-la e agredir a mãe da vítima. O crime ocorreu em setembro de 2023, dois meses antes da chacina em Sorriso.
Com um histórico de violência grave, o acusado agora será submetido ao júri popular, no município onde cometeu o crime que chocou a sociedade.