O psiquiatra Dr. Rafael Giusti abriu nesta terça-feira (02) a série especial do programa A Voz do Povo, da Sorriso FM, sobre o Setembro Amarelo, destacando a importância da campanha na prevenção ao suicídio, no combate ao estigma e no incentivo à busca por ajuda em saúde mental.
O programa A Voz do Povo, da Sorriso FM, abriu nesta terça-feira (02) uma série especial de entrevistas sobre o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio. O convidado da estreia foi o médico psiquiatra Dr. Rafael Giusti, que trouxe reflexões e orientações fundamentais sobre saúde mental.
Segundo o especialista, a campanha tem papel central no combate ao estigma que ainda envolve transtornos mentais e na incentivação à procura por ajuda médica e psicológica. “Muitas vezes a pessoa sofre em silêncio, por medo de julgamento. O Setembro Amarelo abre espaço para conversas mais francas e necessárias, que devem se estender ao longo de todo o ano”, destacou.
Dr. Rafael também chamou atenção para a necessidade de identificar os sinais de risco. Ele explicou que existem tanto sinais sutis — como isolamento, mudanças de humor e perda de interesse em atividades — quanto sinais mais graves, como falas recorrentes sobre a morte e comportamentos de despedida. “A escuta sem julgamento é a principal ferramenta para que familiares e amigos consigam acolher”, orientou.
Outro ponto levantado foi o acesso ao tratamento, que ainda encontra barreiras como demora em atendimentos, custos elevados e preconceito. Para o psiquiatra, a integração entre atenção primária, psicologia e psiquiatria é essencial. Ele também reforçou que o tratamento deve ser individualizado, combinando recursos como medicação, psicoterapia e acompanhamento multiprofissional.
Na entrevista, o médico destacou ainda o papel da família e da comunidade, que devem apoiar sem minimizar a dor da pessoa em sofrimento. Estratégias como escuta ativa e fortalecimento das redes de apoio — incluindo ONGs, escolas, igrejas e grupos comunitários — podem fazer a diferença.
Dr. Rafael lembrou que a prevenção deve considerar diferentes públicos: adolescentes expostos a bullying e pressões escolares, adultos sobrecarregados por estresse e dívidas, e idosos que enfrentam solidão e doenças crônicas. “Cada fase da vida tem seus desafios, e precisamos de empatia para enxergar isso”, frisou.
Por fim, o psiquiatra reforçou a importância de superar o preconceito em relação à saúde mental, criando um ambiente em que pedir ajuda seja visto como ato de coragem, e não de fraqueza.
Veja a entrevista no vídeo.