Mauro afirmou que Congresso Nacional precisa tratar o tema com urgência
O governador Mauro Mendes defendeu que as facções criminosas sejam classificadas pela legislação brasileira como organizações terroristas, argumentando que suas ações geram medo, destruição e domínio social comparáveis a atos de terror.“Essas facções matam, arrancam cabeças, abrem corpos, exibem metralhadoras e ostentam poder. Isso é ou não é terrorismo? Se isso não for terrorismo, então não sei o que é”, afirmou o governador.
Para Mendes, é uma anomalia jurídica que o Brasil ainda não enquadre esses grupos como terroristas, apesar do pânico e da insegurança que provocam na população. Ele criticou também o que chamou de “hipocrisia” social e política, ao destacar a diferença de reação entre a comoção diante de operações policiais e a indiferença frente às milhares de mortes anuais causadas por facções. “Todo dia essas facções matam 100 brasileiros, e ninguém se manifesta. Mas quando a polícia reage, vira escândalo”, observou.
O governador cobrou que o Congresso Nacional aproveite o debate sobre a PEC da Segurança para modernizar a legislação penal, criando instrumentos realmente eficazes. “Nosso Código Penal é de 1940. O crime evoluiu, o mundo mudou, mas nossas leis continuam frágeis. Quando quiseram, fizeram a reforma tributária. Por que não fazem o mesmo com a segurança, que é um clamor nacional?”, questionou.
Mendes sugeriu o endurecimento da punição a crimes estruturantes das facções, como o tráfico de drogas e, principalmente, a receptação de produtos roubados. “Se tem gente roubando celular, é porque tem quem compre. Vamos atacar o receptador, porque sem comprador o roubo perde sentido”, afirmou.
Ele também alertou para a infiltração do crime organizado na política, com o financiamento e eleição de parlamentares ligados a facções — fenômeno que, segundo ele, já foi observado em outros países.
Por fim, Mauro Mendes ressaltou os investimentos realizados na Segurança Pública de Mato Grosso, incluindo o programa Tolerância Zero, a criação de um canal de denúncias contra extorsões e a modernização do sistema prisional. “Não pode haver quartel-general do crime dentro das cadeias. O cidadão de bem paga a conta enquanto bandido não teme mais a lei. Precisamos resgatar o medo da punição no Brasil”, concluiu.