O Tribunal do Júri da Comarca de Sorriso condenou Alandro Souza Carvalho dos Santos a 16 anos e 5 meses de prisão em regime fechado pelo homicídio qualificado de Luan Campos de Oliveira, de 20 anos, executado a tiros em frente à própria casa, no bairro São José, em agosto de 2022.
O Tribunal do Júri da Comarca de Sorriso, a 478 km de Cuiabá, condenou nesta quarta-feira (5) Alandro Souza Carvalho dos Santos a 16 anos e 5 meses de reclusão em regime fechado pelo assassinato de Luan Campos de Oliveira, de 20 anos. O crime ocorreu na noite de 30 de agosto de 2022, no bairro São José.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o homicídio foi praticado com recurso que dificultou a defesa da vítima, configurando a qualificadora prevista no artigo 121, §2º, inciso IV, do Código Penal. A acusação foi conduzida pelos promotores de Justiça Fabison Miranda Cardoso, coordenador do Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri), e Eduardo Antônio Ferreira Zaque.
Conforme as investigações, Alandro e um comparsa — ainda não identificado — chegaram em uma motocicleta até a casa de Luan, que estava sentado em frente à residência. Sem qualquer chance de reação, a vítima foi surpreendida por diversos disparos de arma de fogo. O laudo pericial apontou que Luan foi atingido por pelo menos quatro tiros na cabeça, no peito e nos braços. Logo após a execução, os autores fugiram do local.
“A dinâmica do crime revelou uma ação planejada, com uso de motocicleta para garantir a fuga e escolha de um momento em que a vítima estava vulnerável. A condenação reflete um trabalho investigativo cuidadoso”, afirmou o promotor de Justiça Eduardo Antônio Ferreira Zaque.
A sentença foi proferida pelo juiz Humberto Resende Costa, que destacou a gravidade do crime e a reincidência do réu como fatores que justificaram o aumento da pena. O magistrado determinou também o início imediato do cumprimento da condenação.
Durante o julgamento, o MPMT sustentou que o homicídio foi cometido de forma premeditada e com extrema crueldade. “Buscamos demonstrar que houve total desprezo pela vida da vítima. O papel do GAEJúri é garantir que crimes dessa natureza sejam tratados com o rigor que a lei impõe, especialmente quando há reincidência e tentativa de escapar da responsabilização”, destacou o promotor Fabison Miranda Cardoso.
Além da condenação por homicídio, Alandro responde a outros processos relacionados ao tráfico de drogas e ao porte ilegal de arma de fogo, apurados durante as investigações.
Criado em maio deste ano por meio do Ato Administrativo nº 1.320/2025-PGJ, o GAEJúri — Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri do MPMT — atua no apoio aos promotores em julgamentos de casos complexos, de grande repercussão ou relevância social, além de mutirões e sessões concentradas do Tribunal do Júri promovidas pelo Ministério Público ou pelo Poder Judiciário.