A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou a Operação Ignis Justiça e desmontou um esquema milionário de furto de energia que atuava em Lucas do Rio Verde e também em Sorriso, envolvendo empresários, um engenheiro e um ex-funcionário da concessionária em fraudes altamente sofisticadas.
A Polícia Civil de Mato Grosso desencadeou, nesta quarta-feira (26.11), a Operação Ignis Justiça, que mirou um esquema altamente profissionalizado de furto de energia, corrupção, estelionato por adulteração de medidores e fraude processual. A ação atingiu empresas e investigados em Lucas do Rio Verde e também em Sorriso, além de propriedades na zona rural entre os dois municípios.
Os mandados — três de prisão preventiva e oito de busca e apreensão — foram cumpridos em três unidades pertencentes ao grupo empresarial alvo das investigações: uma no setor industrial de Lucas do Rio Verde, outra na zona rural sentido Sorriso e a terceira, em Sorriso. Residências de investigados também foram alvo da força-tarefa.
A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Lucas do Rio Verde conduziu a operação, que contou com o apoio da Politec e da Energisa para realização de perícias simultâneas nos pontos suspeitos. As apurações apontam que o grupo desviava energia havia meses, causando prejuízo que pode alcançar cifras milionárias.
O esquema criminoso, segundo a investigação, funcionava com base em conhecimento técnico especializado e acesso interno privilegiado. Entre os envolvidos estão um engenheiro eletricista responsável pelas alterações nos sistemas, um ex-funcionário terceirizado da concessionária de energia — que utilizava suas credenciais para facilitar a fraude — e um empresário do agronegócio, apontado como beneficiário direto.
Os desvios foram praticados de forma contínua, e não em atos isolados, impactando o faturamento que deveria retornar à concessionária e, indiretamente, à população. O dinheiro economizado ilegalmente, segundo a Polícia Civil, alimentava o esquema dentro das empresas investigadas.
A delegada Paula Moreira Barbosa destacou a dimensão do crime:
“Não se trata de um furto simples. É uma fraude altamente profissionalizada, com impacto econômico milionário. Agora, com as provas consolidadas, seguimos aprofundando as diligências para identificar outras possíveis ramificações.”
Ela ainda reforçou que investigações semelhantes vêm sendo conduzidas em vários municípios de Mato Grosso, mas a sofisticação técnica deste caso chama atenção.
“É um crime grave, que prejudica a concessionária, a população e gera perdas gigantescas. A Polícia Civil continuará firme no combate a esse tipo de fraude”, afirmou.