O período foi definido ainda em maio, durante a reunião ordinária do Conselho Estadual de Pesca (Cepesca). Na oportunidaede foi oficialmente definido o período de defeso da piracema em Mato Grosso para o ano de 2023. O período de restrição da pesca abrangerá o intervalo entre os dias 2 de outubro de 2023 e 1º de fevereiro de 2024.
A decisão de manter o mesmo período de defeso dos anos anteriores foi baseada em estudos detalhados de monitoramento reprodutivo dos peixes de interesse pesqueiro no estado. Esses estudos, que incluem análises técnicas e científicas, foram apresentados durante a reunião pelo renomada doutora em Ciências Biológicas e professora da Universidade Federal de Mato Grosso, Lúcia Aparecida de Fátima Mateus.
Lúcia destacou a importância da constante atualização desses estudos: “A cada ano apresentamos esta atualização no Conselho. À medida que temos mais dados disponíveis, realizamos análises que complementam as informações para embasar essa decisão”. O banco de dados, que remonta a 2004, vem sendo aprimorado continuamente, incorporando mais locais e aumentando o número de indivíduos analisados. Cada bacia hidrográfica é minuciosamente examinada mês a mês, e os resultados são posteriormente integrados para oferecer uma visão mais precisa do ciclo reprodutivo dos peixes.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) reforça que, em unidades de conservação da categoria de proteção integral, a atividade da pesca é proibida durante todo o ano. Mato Grosso abriga um total de 68 áreas protegidas sob jurisdição da União, do Estado ou do Município.
Dessa forma, pescadores que planejam pescar nos rios de Mato Grosso, como o Paraguai ou Juruena, devem estar atentos às áreas de Unidades de Conservação. Por exemplo, no caso do rio Juruena, há restrições no trecho que corta o Parque Nacional do Juruena e o Parque Estadual Igarapés do Juruena. Já para o rio Paraguai, os pescadores devem estar cientes das áreas do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense e do Parque Estadual do Guirá. E se a intenção for pescar no rio das Mortes, fica proibida a prática da pesca no trecho do curso d’água que cruza o Refúgio da Vida Silvestre Quelônios do Araguaia.
O objetivo dessas restrições nas unidades de conservação de proteção integral é a preservação da biodiversidade, permitindo apenas o uso indireto dos recursos naturais, como a recreação em contato com a natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental. A conscientização e o cumprimento das regulamentações são essenciais para garantir a sustentabilidade da vida aquática em Mato Grosso e a proteção de seu valioso ecossistema aquático.