O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, não acredita que o uso de câmeras nas fardas dos policiais, assunto discutido em projeto de lei que tramita na Assembleia, possa diminuir os casos de violência durante ocorrências. Ele opina que o único método eficaz contra a incidência de registros seja investir em treinamento.
“Violência a gente diminui com treinamento. Isso também significa educação. Então, vamos investir na educação do nosso país onde, infelizmente, estamos verificando uma violência enorme entre alunos e professores, uma violência enorme entre alunos na sala de aula. E, a partir do momento que temos uma sociedade educada, nós teremos um policial militar totalmente diferenciado”, disse o comandante.
“Antes de colocar uma câmera eu preciso de um colete, preciso de armamento, preciso de fardamento, preciso de capacete balístico, preciso de escudo, preciso de viaturas. Então, temos que analisar qual a real natureza de se colocar uma farda em um policial porque aí nós temos que não pensar no policial militar, mas em todos os agentes públicos. Então, vamos colocar câmeras em todas as instituições”, defendeu o militar.
Christiano Antonucci/Secom/MT
Bustamante confirma compra das câmeras
Apesar da resistência de setores da Segurança Pública, o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, revela que, independentemente do PL na Assembleia, o governo homologou licitação para a compra das câmeras.
Ainda segundo ele, o Executivo agora faz o orçamento dos equipamentos, buscando o preço mais competitivo. “Agora estamos na fase de adquirir as câmeras, um ato de questão de preço”, disse.
Ele detalha que o Estado planeja comprar 15 mil câmeras. “Estamos na fase final de planejamento para a instalação. Estamos olhando qual critério vai ser utilizado para instalar nessa ou naquela cidade. São 15 mil câmeras”, falou Bustamante.
Pauta travada na AL
O projeto de lei que determina a adoção de câmeras nas fardas dos policiais está “parada” na Comissão de Segurança Pública do Legislativo estadual. Wilson Santos disse, nesta quarta (29)chegou o presidente da Casa, Eduardo Botelho (União Brasil), iria colocar a matéria em discussão, mas a pauta não entrou na ordem do dia.
O juiz da 11ª Vara de Justiça Militar de Cuiabá Marcos Faleiros, avaliou a proposta como um “álibi para maus policiais” caso não seja implementada juntamente com um Comitê Estadual de Prevenção à Tortura e foi criticado por Botelho.
O magistrado entende que há uma lacuna na discussão e cobra, em post nas redes sociais, a implementação do que chamou de “medidas básicas”.