Crônica da Semana: “Respeito”, com Tâmara Figueiredo

RESPEITO 

“Respeitar significa, antes de tudo, reconhecer. Respeitar uma pessoa é reconhecer que ela existe, que é como é, e que é certa da maneira como é. Isso pressupõe que eu me respeite da mesma forma – que eu reconheça que existo, que sou como sou e que, tal como sou, também sou certo.

Quando respeito a mim e ao outro dessa maneira, renuncio a construir uma imagem de como deveríamos ser. Sem essa imagem não existe juízo sobre o que seria melhor. Nenhuma imagem construída se interpõe entre mim e a realidade, tal como ela se mostra.

Isso possibilita um segundo elemento, que também pertence ao respeito: eu amo o real, tal como ele se mostra. Isto significa, antes de tudo, que me amo tal como sou, amo o outro tal como ele é, e amo a maneira de sermos diferentes.

O respeito inclui ainda um terceiro elemento, talvez o mais belo: eu me alegro com o real, tal como se manifesta. Alegro-me comigo tal como sou; alegro-me com o outro, tal como ele é, e alegro-me com o fato de que sou diferente dele e ele é também de mim.

Esse respeito mantém distância. Ele não invade o outro e não permite que o outro me invada, me imponha alguma coisa ou disponha de mim de acordo com sua imagem. Ele torna possível que nos respeitemos sem nada querer um do outro.

Quando precisamos ou queremos algo, um do outro, devemos ainda questionar um quarto ponto: nós nos promovemos mutuamente ou inibimos o desenvolvimento nosso ou do outro?

Se, da forma como somos, impedimos nosso desenvolvimento ou o do outro, o respeito nos separa, ao invés de nos aproximar. Nesse caso, devemos cuidar para que cada um siga o seu próprio caminho e se afaste. Com isso, o amor e o contentamento por mim e pelo outro se aprofundam, em vez de diminuir. Por quê? – Porque o amor e a alegria são tranquilos, como o respeito.”

(Bert Hellinger)

 

Vivemos um momento de muita intolerância. Opiniões diversas não são aceitas. Pessoas diferentes são discriminadas. Atitudes contrárias são abominadas. Enfim, vivemos em um momento de muitas intolerâncias, imposições e frustração.

Os seres humanos e suas formas de ver a vida, cada vez mais são impostos às pessoas, padrões de comportamentos considerados corretos e moralmente aceitos e cada vez menos se olha para o outro com verdadeira empatia.

Falando em empatia, percebemos que a definição de empatia que se popularizou é: “colocar-se no lugar do outro com a MINHA visão”, algo do tipo, se eu estivesse no lugar dele sentiria isso, pensaria assim, faria tal coisa.

Na verdade, o sentido verdadeiro de empatia é: “colocar-se no lugar do outro e sentir o que ELE sente, com base nas experiências dele e na bagagem que ele carrega”.

Cada ser é único, cada ser viveu uma história única e por isso possui percepções únicas, baseadas nas experiências únicas que viveu. E somente quando conseguimos respeitar e aceitar o outro como ele realmente é, nos permitimos aceitar e ser como realmente somos.

 

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