Delegada, servidores e advogados faziam parte de esquema que exigia propina para emitir fiança de presos

A Corregedoria da Polícia Civil deflagrou, nessa manhã (19), a operação “Clear Sky” e prendeu cinco policiais, uma delegada, servidores e ex-servidores da Delegacia de Marcelândia, além de dois advogados que exigiam propina para liberação de presos em Marcelândia (a 697 km de Cuiabá). Foram determinados o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão e seis medidas cautelares, com o objetivo de apurar crimes de concussão, de advocacia administrativa e de associação criminosa.

De acordo com as informações da Polícia Cívil, as ordens judiciais foram cumpridas nas cidades de Cuiabá, Vila Bela da Santíssima Trindade, Peixoto de Azevedo e Marcelândia.

Segundo as investigações, os policiais civis aliados aos advogados montaram um esquema que passou a exigir vantagem indevida. Os suspeitos exigiam a contratação de advogado específico ou alguém por este indicado, sob pena de encaminhar o preso em flagrante para a penitenciária “Ferrugem”, em Sinop.

A investigação conseguiu apontar que os valores pagos a título de fiança eram inferiores ao que haviam sido repassados pelos familiares dos presos. A pratica consistia na ‘venda’ de um preço global que os presos e seus familiares deveriam transferir. Contudo o montante não explicava o que seria fiança e o que seriam honorários advocatícios, para que eles fossem soltos.

O cumprimento dos mandados contou com o apoio da Diretoria de Atividades Especiais, por meio das equipes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz) e da Diretoria Metropolitana, através da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá.

Nome da operação – A operação foi batizada de “Clear Sky”, com a finalidade de fazer uma alusão ao céu limpo, ao demonstrar que a partir da ação da Corregedoria-Geral os presos e seus familiares tenham a liberdade de contratar qualquer advogado na cidade, e estes não sejam impedidos de exercer suas atividades na Delegacia de Polícia do Município de Marcelândia.

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