Empresário de Sorriso é preso em operação da PJC contra grupo que fazia lavagem de dinheiro e receptação de grãos (vídeo)

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia de Sorriso, deflagrou nesta sexta-feira (04.11) a Operação Xeque Mate. Até agora em Sorriso foram presas seis pessoas, entre estes um empresário sorrisense e mais quatro pessoas em outras cidades. Ao todo, a operação prevê o cumprimento de 24 ordens judiciais contra um grupo que responde pelos crimes de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais, que movimentou quantias equivalentes a 70 milhões de reais. A atuação do grupo criminoso era, inicialmente, na diluição do produtos de roubo e furto de defensivos agrícolas.

A operação inclui mandados com alvos de prisões preventivas, buscas e apreensões domiciliares, afastamento de sigilo de dados telemáticos e sequestro de bens.

O Delegado Regional de Sinop, Dr. Carlos, ressaltou a importância da operação para o município de Sorriso. “Essa é uma operação coordenada pelo Dr. Bruno França. Ela já vem sendo realizada há mais de um ano e é importantíssima para Sorriso porque lida com lavagem de dinheiro e receptação de grãos. São situações que envolvem diretamente um município tão forte na produção de soja e grãos como Sorriso”, disse.

Investigação

A apuração realizada pela Delegacia de Sorriso identificou que a associação criminosa armada possuía um líder que agia em diversas frentes, especialmente na receptação qualificada de defensivos agrícolas e de cargas de grãos roubados. Além disso, a associação criminosa atuava na lavagem de capitais oriundos de crimes de diversas naturezas.
A investigação apurou ainda que os defensivos agrícolas eram comprados de diversas associações criminosas especializadas neste tipo de atividade criminosa que, depois, eram revendidos a outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais”.

A investigação chegou a um dos integrantes do esquema criminoso, identificado como sendo professor de ensino básico. Conforme a declaração dele à Receita Federal, o rendimento bruto do profissional chegava a quase R$ 10 mil mensais.

Contudo, em nome do professor, a investigação constatou que, no período de 38 meses ele teve creditado em suas contas bancárias a quantia de R$ 6.679.267,51 (seis milhões, seiscentos e setenta e nove mil, duzentos e sessenta e sete reais e cinquenta e um centavos). Ou seja, o rendimento mensal real seria de, aproximadamente, R$ 175 mil, o que foi comprovado que era oriundo de diversas fontes ilícitas, sendo uma delas o comércio ilegal de defensivos agrícolas roubados.

A investigação da Polícia Civil apurou também que o crime de lavagem de dinheiro da organização criminosa teve como outra fonte a compra e venda de automóveis de luxo, por meio de pessoa jurídica.
Um dos investigados tinha um rendimento mensal declarado o salário de R$ 2.400,00. Porém, ele movimentou em suas contas bancárias a quantia de R$ 1.446.857,12 (um milhão, quatrocentos e quarenta e seis mil, oitocentos e cinquenta e sete reais e doze centavos), e reside em um imóvel no valor de 500 mil reais.

Outra atividade utilizada pelo grupo criminoso para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas era a compra e venda de joias. O pequeno volume e alto valor de joias, relógios e diamantes tornaram atrativa a atividade para esquentar seus ativos. Um dos integrantes da quadrilha fazia, periodicamente, a oferta de joias para venda, especificamente para traficantes.

Logo, além do dinheiro faturado pela empresa ser de origem ilícita, ainda existe uma diferença entre faturamento e movimentação financeira no montante de R$ 55 milhões.

As investigações comprovaram que uma empresa de comércio de veículos foi criada unicamente para a lavagem de valores da associação criminosa.
Nos 38 meses de atuação da associação criminosa, a Polícia Civil apurou que o patrimônio dos investigados, adquirido com valores lavados nas atividades ilícitas, ultrapassou R$ 70 milhões.

Apoios

Os mandados são cumpridos nas cidades de Sorriso, Nova Canaã do Norte, Lucas do Rio Verde e Cuiabá (MT) e em Toledo (PR).
A Operação Xeque Mate tem a participação de equipes da Delegacia Regional de Sinop, Delegacia Regional de Nova Muti, Diretoria Metropolitana e Diretoria de Atividades Especiais da Polícia Civil.

(Com informações de Heverton Luiz e assessoria da PJC-MT)

Coletiva

Logo mais, às 9h30, a equipe da Polícia Civil atenderá a imprensa de Sorriso e região em coletiva de imprensa, na sede da Promotoria de Justiça (Rua do Bosque, s/n – Centro, Sorriso – MT) para falar sobre a Operação Xeque Mate.

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