Esquema resultou no furto de R$ 300 mil em agosto do ano passado e levou à prisão de 10 pessoas, entre elas Joelton Caitano dos Santos, dono da empresa responsável pela segurança dos caixas
O empresário Joelton Caitano dos Santos, proprietário da empresa Banktec — especializada na segurança de caixas eletrônicos — foi preso por suspeita de envolvimento em um esquema de furto que resultou na subtração de R$ 300 mil de terminais bancários em Sorriso. O crime ocorreu em agosto do ano passado e, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, Joelton teria fornecido informações estratégicas que facilitaram a ação criminosa.
A prisão foi realizada nesta quarta-feira (14), durante uma operação que cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias, nas cidades paulistas de Mauá, Araraquara e São Paulo. Equipes da polícia também estiveram na residência do suspeito, bem como na matriz e na filial da Banktec, para coleta de provas.
De acordo com os investigadores, Joelton repassava dados sigilosos que permitiam aos criminosos abrir os cofres eletrônicos com maior facilidade. A Banktec mantém contrato com os Correios para a prestação de serviços de segurança dos equipamentos, o que teria contribuído para o acesso às informações utilizadas na execução do crime.
Ao todo, 10 pessoas foram presas na operação. Outros três suspeitos seguem foragidos, incluindo um que estaria na Austrália. Um dos principais elementos que ajudaram a identificar os envolvidos foi uma gravação interceptada pela polícia, na qual Joelton aparece discutindo a divisão do dinheiro furtado.
No áudio, um dos interlocutores argumenta que todos os participantes do crime — inclusive um intermediário que teria fornecido acesso privilegiado aos equipamentos — deveriam receber partes iguais do montante, advertindo que qualquer desequilíbrio na divisão poderia gerar atritos no grupo. O conteúdo da conversa reforça o papel estratégico do empresário na operação criminosa.
Segundo o delegado Suede Dias, responsável pelo caso, o município de Sorriso foi escolhido como alvo porque um dos equipamentos previamente adulterados havia sido encaminhado para a cidade, o que só foi possível graças ao vazamento de informações de dentro da própria empresa de segurança.